Maputo, 02 abr (Lusa) - O Governo moçambicano adjudicou diretamente a operação de passagem do sinal analógico para digital de televisão e rádio, que deverá custar 220 milhões de euros, a uma firma presidida por Valentina Guebuza, filha do Presidente, Armando Guebuza.

Num ato realizado terça-feira em Maputo, o ministro moçambicano dos Transportes e Comunicações, Gabriel Muthisse, assinou o acordo de concessão do Sistema de Radiodifusão Digital em Moçambique com o responsável da Startimes Software Tecnology, empresa da China que detém 85 por cento da Startimes Mozambique, Pang Xinxing.

Além da firma chinesa, a Startimes Mozambique é detida em 15 por cento pela Focus 21, um grupo empresarial da família de Armando Guebuza, presidida pela sua filha, Valentina Guebuza.

Na qualidade de presidente da Focus 21, Valentina Guebuza é igualmente presidente da Startimes Mozambique.

Questionado sobre a adjudicação direta à companhia chinesa, o ministro moçambicano dos Transportes e Comunicações deu a entender que a opção foi determinada pelo facto de o financiamento necessário à migração da plataforma analógica para a digital ter sido obtido junto do Exim Bank, da China.

"Optámos pelo financiamento do Exim Bank da China e por isso vamos trabalhar com a Startimes no processo de migração da radiodifusão. É esta empresa que deverá trabalhar na implantação de toda a infraestrutura necessária para que até meados de 2015 o país usufrua da rádio e televisão digitais", afirmou Gabriel Muthisse.

O ministro moçambicano dos Transportes e Comunicações adiantou que a operação vai custar 300 milhões de dólares (220 milhões de euros), prevendo-se a construção de 24 estações de retransmissão, a edificação de instalações de rádio e televisão digitais, bem como o fornecimento de equipamentos e sistemas diversos.

PMA // PJA

Lusa/Fim