Exames: Fenprof aponta para adesão de 90%

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 17 jun (Lusa) -- O secretário-geral da Fenprof disse hoje que a adesão à greve de professores deve rondar os 90% e que há escolas em todo o país onde os alunos não estão a realizar os exames.

Pouco antes da hora marcada -- 09:30 - para o início do exame nacional de Português do 12.º ano, Mário Nogueira apresentou alguns dados de escolas onde, hoje de manhã, muitos alunos não estão a realizar a prova, considerando que a percentagem de adesão à greve "deve andar à volta dos 90%".

O sindicalista exemplificou com os casos das escolas de "Aljustrel, Alpiarça e Olhão, no agrupamento de Seia, onde não há exame nenhum, e a Escola Secundária da Quinta das Flores, Coimbra, onde, das 14 salas, em apenas três se realizaram os exames".

Os 90% de adesão à greve previstos por Mário Nogueira não significam que 90% dos alunos não tenham realizado os exames, uma vez que foram convocados outros professores (que não estavam destacados para vigiar os exames) e encontradas soluções alternativas pelas escolas.

O secretário-geral da Fenprof classificou como "uma vergonha" a solução escolhida na escola secundária de Cinfães, [em Viseu] onde houve alunos que realizaram as provas em cantinas, ou o caso "caricato" de uma outra escola, "onde foram convocados 300 professores para apenas um aluno realizar o exame".

Mário Nogueira sublinhou que a responsabilidade desta situação, que faz com que alguns alunos realizem o exame e outros não, é do Ministério da Educação, "que não quis acautelar a equidade".

A guerra e troca de acusações entre ministério e sindicatos sobre a possibilidade de adiar o exame para outro dia continua hoje, dia em que a Fenprof "entregou de manhã um ofício ao ministério a exigir gravações do processo negocial".

À porta da escola secundária Luís de Camões, em Lisboa, onde cerca de 400 dos 500 alunos não realizaram hoje o exame, Mário Nogueira sublinhou, em declarações aos jornalistas, que "o objetivo da greve de hoje é negociar": "Não estamos aqui para exigir a demissão do ministro, mas para negociar".

Às 09:30 de hoje, Mário Nogueira falou com cerca de uma centena de alunos que estavam à porta do Liceu Camões, num discurso que recebeu fortes aplausos dos estudantes ali concentrados.

"Acho que o ministro devia tirar ilações políticas e se calhar o melhor é arrumar as coisas e pôr-se a andar", disse o sindicalista à porta do liceu citado pela Rádio Renascença.

Um pequeno grupo de alunos ainda tentou mobilizar os restantes a invadir as salas de aulas, onde estavam a decorrer os exames, mas acabaram por desistir.

Tomás Boucas, de 17 anos, era um dos estudantes do grupo que queria "ocupar" as quatro salas de exames do Liceu Camões: "Não era para fazer estragos, era simplesmente por uma questão de justiça. Se nós não fazemos então achamos que ninguém deve fazer", explicou à Lusa.

O aluno do liceu lisboeta mostrou-se solidário com os docentes, lamentando apenas a escolha do dia para a realização da greve: "Deviam ter escolhido um dia em que houvesse provas dos 6º ou do 9º ano", disse, lembrando que as provas do 12ª podem pôr em causa o acesso ao ensino superior.

Também Gonçalo Coutinho considerou que a atual situação "é uma vergonha", culpando no entanto os professores por não ter realizado o exame de Português: "Nós é que somos os prejudicados".

À margem dessa concentração, a aluna Mariana Barriga disse à Lusa estar um pouco desiludida por não ter conseguido realizar a prova, considerando-se em desvantagem em relação aos alunos que estão hoje a fazer a prova de Português.

A aplicação do regime de mobilidade especial aos professores, as distâncias a que podem ficar colocados e o aumento do horário de trabalho das 35 para as 40 horas semanais são os principais pontos que opõem os docentes ao Governo.

SIM // CC

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