Covid-19: ONU consulta as partes na guerra no Iémen para tentar um cessar-fogo

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Porto Canal com Lusa

Dubai, 02 abr 2020 (Lusa) -- A ONU anunciou a realização de consultas para reunir virtualmente as partes em conflito no Iémen, para conseguir um cessar-fogo neste país devastado pela guerra há cinco anos e impedir a propagação do novo coronavírus.

Perante a atual crise humanitária, o Iémen, o país mais pobre da península arábica, não registou ainda nenhum caso de covid-19, mas a recente escalada de violência frustrou as esperanças de um cessar-fogo destinado a conter a pandemia.

"O enviado especial (da ONU para o Iémen) Martin Griffiths está a realizar consultas bilaterais diárias com o objetivo de reunir as partes virtualmente o mais depressa possível", de forma a "alcançar um cessar-fogo", anunciaram as Nações Unidas, numa declaração a partir do seu escritório no Dubai.

"Este processo também visa incentivar esforços conjuntos para combater a ameaça da (disseminação da) covid-19", acrescenta o comunicado que enfatiza os esforços da ONU para "apoiar a capacidade do Iémen de evitar e mitigar" a pandemia.

"Espero que essas consultas possam em breve ser concluídas e atingir o que os iemenitas esperam, exigem e merecem", disse Griffiths, citado no comunicado.

O conflito no Iémen coloca em oposição adversários locais, apoiados por potências regionais rivais.

O Governo do Iémen, reconhecido pela comunidade internacional, apoiado desde 2015 por uma coligação militar liderada pela Arábia Saudita, luta contra os rebeldes Huthis, que são apoiados pelo Irão e que tomaram conta do norte do país, incluindo a capital, Sanaã, em 2018.

O Governo e os rebeldes ouviram na semana passada o apelo feito pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, que pediu um "cessar-fogo global e imediato" em todos os conflitos mundiais, no contexto da pandemia do novo coronavírus.

Contudo, no sábado, as forças sauditas intercetaram mísseis lançados pelos Huthis com direção a Riade, que provocaram dois feridos.

Em retaliação, a coligação governamental contra os Huthis realizou ataques aéreos em Sanaã, na segunda-feira, visando bases militares dos insurgentes.

As organizações humanitárias temem uma catástrofe, se o país for afetado pelo novo coronavírus, recordando que o sistema de saúde está muito debilitado e a população não tem sequer, em muitos casos, acesso a água potável.

A guerra no Iémen já fez milhares de mortos, a maioria civis, segundo várias organizações não-governamentais, e cerca de 24 milhões de iemenitas, mais de dois terços da população, precisam de ajuda humanitária, segundo as Nações Unidas.

RJP // FPA

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