Covid-19: Guiné-Bissau fecha fronteiras e cancela voos provenientes de qualquer país

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Porto Canal com Lusa

Bissau, 17 mar 2020 (Lusa) - As autoridades da Guiné-Bissau anunciaram hoje o encerramento das fronteiras e a interdição à aterragem de voos no aeroporto de Bissau, a partir de quarta-feira, no âmbito das medidas de prevenção para combater a pandemia do novo coronavírus.

As medidas foram anunciadas aos jornalistas por Umaro Sissoco Embaló, autoproclamado Presidente da Guiné-Bissau, depois de ter sido dado como vencedor das eleições presidenciais pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).

"Vamos fechar as nossas fronteiras a partir de amanhã [quarta-feira] e não há voos de nenhum país", afirmou o general.

Umaro Sissoco Embaló explicou também que as escolas públicas e privadas vão ser encerradas a partir de quarta-feira, tal como todos os mercados, ficando apenas abertos os serviços essenciais para abastecimento de bens de primeira necessidade.

A Guiné-Bissau ainda não registou qualquer caso do novo coronavírus, mas os países vizinhos, o Senegal e a Guiné-Conacri, já têm casos de Covid-19 confirmados.

As autoridades guineenses já tinham anunciado o encerramento de bares, discotecas e suspendido a realização de espetáculos e concertos, bem como a realização de cerimónias religiosas e tradicionais.

"Amanhã [quarta-feira] vai ser o último Conselho de Ministros", revelou Umaro Sissoco Embaló.

Neste momento, o general pediu aos guineenses unidade nacional, sublinhando que a situação deve preocupar toda a população.

"Lanço um apelo, o país está em alerta contra um inimigo invisível. Estamos muito preocupados com o flagelo do Covid-19 e apelo à unidade nacional", disse.

O aeroporto de Bissau recebe voos provenientes de Portugal, operados pela TAP e Euroatlantic, do Senegal, que passam por Cabo Verde e Gâmbia, e de Marrocos.

O país tem fronteira terrestre a norte e leste com o Senegal e a sul e leste com a Guiné-Conacri.

Considerado um dos países mais pobres do mundo, a Guiné-Bissau tem um sistema de saúde bastante frágil, sem grande capacidade de resposta, apesar de os especialistas estarem a habituados a lidar com epidemias como a cólera.

O novo coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou, até à data, mais de 180 mil pessoas, das quais mais de 7.000 morreram.

Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 75 mil recuperaram da doença.

O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 145 países e territórios, o que levou a OMS a declarar uma situação de pandemia.

A Guiné-Bissau vive mais um momento de tensão política, depois de Umaro Sissoco Embaló, dado como vencedor das eleições presidenciais pela CNE, ter tomado posse em 27 de fevereiro como Presidente do país, quando ainda decorre um recurso de contencioso eleitoral no Supremo Tribunal de Justiça, apresentado pela candidatura de Domingos Simões Pereira, que alega graves irregularidades no processo.

O autoproclamado Presidente, Umaro Sissoco Embaló, demitiu Aristides Gomes, que lidera o Governo que saiu das legislativas e que tem a maioria no parlamento do país, e nomeou Nuno Nabian para o cargo.

Após estas decisões, os militares guineenses ocuparam e encerraram as instituições do Estado guineense, impedindo Aristides Gomes e o seu Governo de continuar em funções.

Umaro Sissoco Embaló afirmou que não há nenhum golpe de Estado em curso no país, que não foi imposta nenhuma restrição aos direitos e liberdades dos cidadãos e que aguarda pela decisão do Supremo Tribunal de Justiça.

As Nações Unidas, a União Europeia e a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) apelaram ao diálogo e à resolução da crise política com base no cumprimento das leis e da Constituição do país.

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