Covid-19: Segurança Interna israelita vai recolher dados sobre os cidadãos

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Porto Canal com Lusa

Jerusalém, 17 mar 2020 (Lusa) -- Israel autorizou hoje o serviço de segurança interna a recolher "imediatamente" dados sobre os cidadãos, numa medida de emergência para lutar contra a propagação do coronavírus, indicou hoje o Shin Beth.

O primeiro-ministro cessante, Benjamin Netanyahu, que propôs a medida no sábado, declarou na segunda-feira à noite que aprovaria "regras de emergência que permitirão a utilização de tecnologia digital na guerra contra o coronavírus", depois de uma comissão parlamentar ter adiado a votação da questão.

O governo "autorizou o Shin Beth a utilizar a sua tecnologia avançada ao serviço do esforço nacional", referiu hoje o serviço de segurança interna israelita num comunicado.

A medida tem efeito "imediato", precisou um porta-voz do Shin Beth à agência France-Presse.

Segundo informações divulgadas pela imprensa israelita, a polícia poderá obter, sem autorização da justiça, a localização dos infetados com o vírus e das pessoas em quarentena através dos operadores telefónicos.

O Shin Beth poderá utilizar a localização dos doentes durante o período de 14 dias que precedeu o seu diagnóstico para "identificar os seus trajetos e as pessoas com quem contactaram", segundo aquelas informações.

O último balanço do Ministério da Saúde israelita indica que 304 pessoas foram infetadas e que dezenas de milhares de outras estão confinadas.

O serviço de segurança foi contactado pelo Ministério da Saúde para ajudar a localizar os contaminados com o vírus "após constatar que as outras autoridades não dispunham da tecnologia necessária", indicou o diretor do Shin Beth, Nadav Argaman.

"O Shin Beth sabe que esta missão ultrapassa as suas atividades antiterroristas habituais, por isso o pedido foi estudado com o procurador-geral e aprovado por ele", adiantou no comunicado, precisando que tinham sido postos em prática mecanismos de vigilância.

O gabinete de Netanyahu recusou precisar que técnicas de vigilância iam ser utilizadas.

Argaman disse que os dados serão transmitidos ao Ministério da Saúde e que não serão conservados pelo Shin Beth.

"Não haverá intrusão em massa nos telefones e não haverá ciberataques", assegurou na segunda-feira à AFP um responsável da segurança.

Netanyahu, à frente de um governo de transição há cerca de um ano, propôs esta medidas alguns dias antes de o seu rival Benny Gantz ter sido designado para formar uma nova equipa ministerial.

A questão da privacidade posta em causa com a medida levanta preocupações aos defensores das liberdades cívicas.

A medida também foi criticada por Gabi Ashkenazi, um chefe militar retirado, que classificou a aprovação das medidas como um "golpe na calada da noite".

O seu colega na coligação Azul e Branco e líder da formação, Benny Gantz, admitiu que "tempos excecionais" exigem "medidas excecionais", mas alertou: "não podemos renunciar à transparência e à regulação".

O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou cerca de 170.000 pessoas em todo o mundo, das quais 6.850 morreram.

 

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