Covid-19: Um dos dois centros de quarentena em Angola passa a unidade de tratamento
Porto Canal com Lusa
Luanda, 11 mar 2020 (Lusa) -- O centro de quarentena da Barra do Kwanza, onde se encontravam sete pessoas, vai ser esvaziado hoje para ser transformado numa unidade de tratamento do novo coronavírus, informou o secretário de Estado para a Saúde Pública de Angola.
Segundo Franco Mufinda, já passaram pelos dois centros de quarentena existentes mais de 200 pessoas, encontrando-se até terça-feira nos dois locais cerca de 120 passageiros.
O governante, que falava em conferência de imprensa na terça-feira, anunciou a saída, até hoje, do "último grupo da Barra do Kwanza, para ficar preparado para, no futuro, dedicar-se exclusivamente ao atendimento de casos, enquanto que o Calumbo ficará para gerir a quarentena".
Franco Mufinda avançou que a maioria de pessoas neste momento em quarentena são chineses residentes no país e cerca de 12 angolanos.
"Amanhã [quarta-feira] havemos de esvaziar a Barra do Kwanza, um grupo de sete pessoas que ficaram saem, e depois passa para o Calumbo, em termos de quarentena", frisou então.
O centro da Barra do Kwanza tem capacidade para 100 camas, enquanto que o de Calumbo tem 250 camas, funcionando em ambos profissionais formados para lidar com os casos suspeitos, desde os mais simples até ao mais complexo.
O governante angolano revelou que está prevista a abertura de um centro de quarentena exclusivo para as petrolíferas.
De acordo com o secretário de Estado para a Saúde Pública, as plataformas continuam a trabalhar, estando permitida a entrada no país apenas do estrangeiro residente e os angolanos que lá funcionam.
"Vão merecendo o nosso apoio técnico, eles têm clínicas também, mas nenhuma está autorizada para gerir casos suspeitos de Covid-19, é da competência do Ministério da Saúde, a obrigação deles é apenas notificar casos suspeitos", disse.
O local para a criação do centro de quarentena das petrolíferas "já está quase identificado e cabe ao Ministério da Saúde assegurar toda a assistência técnica, formar as pessoas desses grupos, médicos e técnicos de enfermagem e fazer também a fiscalização, enquanto autoridade da saúde".
Angola registou até ao momento três casos suspeitos de Covid-19, de dois cidadãos chineses e um croata, sendo o resto pessoas que tiveram critério para quarentena, estando na lista de restrições de entrada a China, Irão, Coreia do Sul e Itália.
A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.200 mortos.
Cerca de 117 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países, e mais de 63 mil recuperaram.
Nos últimos dias, a Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China, com 631 mortos e mais de 10.100 contaminados pelo novo coronavírus, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia.
A quarentena imposta pelo governo italiano ao Norte do País foi alargada a toda a Itália.
O Governo português decidiu suspender todos os voos com destino ou origem nas zonas mais afetadas em Itália, recomendando também a suspensão de eventos em espaços abertos com mais de 5.000 pessoas.
Portugal regista 41 casos confirmados de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
A DGS comunicou também que em Portugal se atingiu um total de 375 casos suspeitos desde o início da epidemia, 83 dos quais ainda a aguardar resultados laboratoriais.
Segundo a DGS, há ainda 667 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde.
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