Covid-19: Situação em Portugal ainda é tranquila mas pode mudar rapidamente

| País
Porto Canal com Lusa

Bruxelas, 27 fev 2020 (Lusa) -- O Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças considerou hoje que a situação em Portugal relativamente ao novo coronavírus ainda é tranquila, por não haver nenhum caso no país, mas notou que "o cenário muda rapidamente".

"A situação em Portugal é, de momento, tranquila porque não há nenhum caso, mas os cenários mudam muito rapidamente", afirmou em entrevista à agência Lusa o especialista principal do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC, sigla inglesa) em operações de emergência e resposta, Josep Jansa.

Falando numa "situação dinâmica", o especialista exemplificou que, "há uma semana, praticamente não havia casos em Itália e, desde que dispararam na sexta-feira passada, já existe um número elevado".

O mesmo aconteceu em Espanha, "onde havia um caso, que depois passou para cinco e depois para nove", acrescentou Josep Jansa.

Ainda assim, o responsável vincou que o Covid-19 "não deve ser motivo para alarme [para a população] porque já se comprovou que, na maioria dos casos, os sintomas são leves e os casos graves são de pessoas que tinham outras doenças ou referentes a determinados grupos de pessoas como idosos".

"Como a doença se está a alastrar cada vez mais, [...] os hospitais devem estar preparados, assim como os centros de cuidados primários, e a população deve estar preparada para algo semelhante a uma epidemia de gripe", avisou Josep Jansa.

E comparou: "Da mesma maneira que a população não fica alarmada quando chega a época da gripe, não deve alarmar-se por esta situação concreta, mas deve estar consciente de que estamos a avançar para um cenário com estas características [de dispersão]".

Números hoje divulgados pelo ECDC referem que, até esta manhã, havia 82.132 casos em todo o mundo de Covid-19, que já resultaram em 2.801 mortes.

Na Europa existem, atualmente, 477 casos, 400 dos quais em Itália, 21 na Alemanha, 17 em França, 13 no Reino Unido, 12 em Espanha, a Áustria, Croácia, Finlândia, Suécia registaram dois casos cada um, e a Bélgica, Dinamarca, Grécia, Noruega, Roménia e Suíça confirmaram um caso cada.

Ainda na Europa, registaram-se até ao momento 14 mortes, todas em Itália.

Até ao momento, nenhum dos 25 casos suspeitos de Covid-19 em Portugal se confirmou.

"Vão aparecendo casos [na Europa], mas isso -- e convém insistir nesta questão -- não é algo que nos deva alarmar. Simplesmente é algo sobre o qual devemos estar conscientes, mas não é motivo de alarme", reforçou Josep Jansa.

O especialista defendeu que os cidadãos devem sim adotar algumas medidas de prevenção, como "evitar ao máximo uma possível exposição ou um eventual contacto com pessoas que apresentam sintomas e que já estiveram em zonas de transmissão comunitária com outras pessoas".

A estas acrescem medidas de higiene, "como evitar estar em frente a uma pessoa que está a tossir ou que tem sintomas respiratórios e lavar frequentemente as mãos".

"Isto ajuda a conter, mas também ajudará a mitigar", adiantou Josep Jansa à Lusa.

Sediado em Estocolmo, na Suécia, o ECDC é um dos principais organismos europeus a acompanhar o novo coronavírus.

ANE // ZO

Lusa/Fim

+ notícias: País

Portugal é o 5.º país da UE com o salário médio mais baixo

Portugal é o 5.º país da União Europeia com o salário médio mais baixo, sendo as áreas da agricultura e pescas e alojamento e restauração os setores onde menos se ganha, de acordo com dados desta terça-feira divulgados pela Pordata.

Um em cada seis trabalhadores em Portugal tem contrato a prazo

Um retrato da Pordata sobre o mercado laboral em Portugal, no âmbito do 1º de Maio, Dia do Trabalhador, revela que 17,4% dos trabalhadores no país têm contrato a prazo, acima da média da União Europeia (13,4%).

Portugal condenado pelo tribunal europeu por violação da liberdade de expressão

O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) condenou esta terça-feira Portugal por violação da liberdade de expressão, impondo o pagamento de 1.510 euros a uma jornalista após ter sido condenada por violar o segredo de justiça no ‘caso das secretas’.