Cerca de 200 estudantes do Básico e Secundário manifestaram-se no Porto
Porto Canal / Agências
Cerca de duas centenas de alunos de escolas básicas e secundárias manifestaram-se hoje no Porto contra "os ataques que estão a ser feitos ao ensino público" e para reivindicar "mais financiamento para a educação".
"Temos escolas com péssimas condições, temos falta de professores e de funcionários, temos o encarecimento da vida das famílias e um conjunto de falta de condições que prejudica o dia-a-dia dos estudantes na sua escola", afirmou Beatriz Pinto, porta-voz dos estudantes.
Esta aluna, do 12.º ano, da Escola Secundária António Sérgio, em Gaia, disse à Lusa que a concentração reuniu alunos de mais de uma dezena de escolas do Porto, Gaia, Matosinhos, Vila Nova de Gaia e de Santo Tirso.
Gritando palavras de ordem como "Privatização atentado à educação", "a luta continua nas escolas e na rua" e "mais, mais, mais condições materiais", entre outras, os alunos concentraram-se junto à estação de Metro da Trindade e desfilaram até à Direção Regional de Educação do Norte (DREN), onde entregaram uma carta aberta com as suas principais reivindicações.
Num documento distribuído aos jornalistas, os estudantes referem que "o ensino enfrenta, com a aprovação do OE2014, um corte de 500 milhões de euros, acrescentando aos 2.000 milhões cortados nos últimos quatro anos. Estes cortes põem em causa a qualidade da nossa educação".
"São cada vez mais as escolas degradadas, ou com obras paradas, turmas que chegam a ter 30 alunos, devido à falta de professores e falta de funcionários, que impossibilita o bom funcionamento dos serviços escolares. A estes problemas, acrescenta-se o elevado número de alunos do ensino profissional que deixaram de receber o subsídio de alimentação e transportes, que lhes garantiam a sua deslocação para a escola e as refeições", acrescenta.
Esta Jornada Regional de Luta partiu de um apelo feito aos estudantes para que "nas suas escolas e nas ruas lutassem pelo direito a estudar numa escola pública, gratuita e de qualidade". O apelo foi lançado pela Associação de Estudantes da Escola Secundária Santa Maria (Sintra) e António Sérgio (Gaia), e contou com a subscrição de 76 associações de estudantes de vários pontos do país.
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Lusa/fim