Alunos suspensos por pintar mural acusam escola de os punir por organizar manifestação nacional

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 12 mar (Lusa) -- Os alunos de uma associação de estudantes vão ser suspensos por pintar um mural, mas acreditam que a decisão da escola é uma "punição" por organizarem uma manifestação nacional contra os cortes na educação.

Três elementos da Associação de Estudantes (AE) da Escola Secundária Santa Maria, em Sintra, disseram hoje à Lusa que a direção escolar decidiu aplicar-lhes uma suspensão de três dias por terem começado a pintar um mural político numa das paredes do estabelecimento de ensino.

"Nós estávamos a pintar um mural que iria ter uma referência à Constituição, quando apareceu a polícia. Fomos todos identificados por um possível crime de dano contra o património e agora ficámos a saber que vamos ser suspensos em abril", contou à Lusa Miguel Mestre, vice-presidente da AE de Santa Maria.

Para os elementos da AE, a decisão da direção escolar "é uma punição" por serem responsáveis pela organização de uma manifestação nacional contra os cortes na educação, que se realiza quinta-feira, e deverá contar com a participação de mais de cem escolas de todo o país.

"Isto tem pouco a ver com o mural mas com o facto de estarmos a preparar o dia 13 de março", afirmou Miguel Mestre, sublinhando que a pintura do mural está protegida pela legislação que prevê "a liberdade de expressão e o direito a informar e ser informado".

"Tiramos a ilação de que isto (a suspensão) não se trata mais do que uma medida de persuasão sobre estes três alunos, que estão identificados como os agitadores, para tentar parar qualquer tipo de movimento reivindicativo pelo nosso direito à educação", acusou o estudante.

A agência Lusa tentou contactar a direção da escola mas não conseguiu obter qualquer posição até ao momento.

A AE diz que sempre que tentam avançar com "qualquer tipo de ação reivindicativa" são "ameaçados de suspensão ou outras medidas punitivas". Já em janeiro, lembrou Miguel Mestre, os alunos terão sido ameaçados de suspensão por terem organizado uma concentração dentro da escola por causa da falta de condições das instalações para fazer educação física.

Os alunos do ensino básico e secundário marcaram para quinta-feira o "Dia Nacional de Luta" e estão a apelar aos colegas para que saiam à rua "pelo direito de estudar numa escola pública, gratuita e de qualidade".

SIM // GC

Lusa/Fim

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