Seguro confronta Passos com relatório do FMI mas primeiro-ministro nega novos cortes

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Porto Canal

O secretário-geral do PS exigiu hoje saber se o Governo se comprometeu externamente em comprimir o corte de 4,7 mil milhões de euros até 2014, mas o primeiro-ministro garantiu que nada há de novo perante a 'troika'.

António José Seguro referia-se ao mais recente relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre a economia portuguesa, no qual se alude à aos compromissos externos assumidos pelo país perante a 'troika' (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu).

"No mesmo momento em que o primeiro-ministro fala na necessidade de estimular a economia, o país fica a saber que o senhor se comprometeu com a 'troika' em cortar mais 4,7 mil milhões de euros, ou seja, mais austeridade e ainda por cima comprimindo o prazo num ano e meio. O senhor primeiro-ministro é obrigado a falar de economia não por opção e muito menos por convicção, porque acha que isso lhe poderá render uns votos em vésperas de eleições autárquicas", acusou o secretário-geral do PS.

No entanto, Pedro Passos Coelho recusou que estejam em perspetiva mais cortes na despesa do que aqueles que são já conhecidos.

"O Governo não se comprometeu com mais cortes. O corte que está comprometido até 2015, equivalente a 2,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), é o que consta da divulgação feita pelo Governo e por mim próprio no âmbito do quadro global de medidas perante a 'troika'. Não há nem mais nem menos", disse.

António José Seguro não ficou convencido com a resposta do líder do executivo e voltou a citar o mais recente relatório do FMI, apontando que os 4,7 mil milhões de euros de cortes "terão de produzir efeitos durante 2013 e até ao final do ano de 2014".

"O senhor comprometeu-se até ao próximo dia 15 de julho no sentido de adotar todos os instrumentos legislativos, quer por via da aprovação no parlamento, quer por via do Conselho de Ministros, para concretizar o corte de 4,7 mil milhões de euros", insistiu o líder socialista.

O secretário-geral do PS considerou depois incompreensível que Pedro Passos Coelho apresente "um discurso floreado em relação às empresas, mas continue com a sua política de austeridade".

"É impensável aplicar um corte de 4,7 mil milhões de euros, porque isso aprofundará a espiral recessiva e aumentará a espiral recessiva no país", disse.

Pedro Passos Coelho começou por se referir ao Governo socialista francês, argumentando que também naquele país há medidas de austeridade em curso.

"Não consta que [o Presidente da República de França] François Hollande seja da minha família política", comentou Passos, declarou, recebendo palmas das bancadas do PSD e do CDS.

O primeiro-ministro insistiu depois "que não é verdade que haja um compromisso adicional de 4,7 mil milhões de euros em 2013".

Mas o secretário-geral do PS voltou a citar o mais recente relatório do FMI.

"O relatório do FMI conhecido [na quinta-feira] fala na aplicação de um corte para o que falta do ano de 2013 e para o ano de 2014. Isso está na página 13 desse relatório", especificou Seguro, documento cuja cópia foi a seguir distribuída aos jornalistas.

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