Ensino Superior: Formação de professores recupera candidatos, incluindo em primeira opção

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Porto Canal com Lusa

Lisboa, 08 set 2019 (Lusa) -- Os cursos de formação de docentes recuperaram alguma capacidade de atração de candidatos ao ensino superior, incluindo em primeira opção, numa altura em que se acentuam preocupações com o número de professores que as escolas têm vindo a perder.

De acordo com os dados oficiais hoje divulgados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), é notória uma recuperação no interesse por cursos de formação de professores, que tiveram 739 candidatos em primeira opção - mais do que os 519 candidatos de 2018, mas ainda abaixo dos 853 de 2017 -- e 823 colocados, acima dos 693 de 2018.

Sobraram 364 vagas das 1.181 levadas a concurso para cursos de formação de professores.

O crescimento no número de candidatos a professores surge numa altura em que os dados estatísticos oficiais do Ministério da Educação, revelados há cerca de um mês, indicam que as escolas perderam em menos de 10 anos cerca de 30 mil professores, sobretudo no terceiro ciclo e no ensino secundário.

Mostram ainda um envelhecimento da classe docente, que levará a um número elevado de aposentações nos próximos anos, na ordem dos milhares, de acordo com as estimativas do Ministério das Finanças, divulgadas aquando das negociações para a recuperação do tempo de serviço congelado aos docentes.

O Ministério da Educação reconheceu o problema do envelhecimento docente, mas os sindicatos, nomeadamente a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), acusaram a tutela de nada ter feito nesta legislatura para combater o problema e alertou que, caso não sejam tomadas medidas, vai começar a sentir-se brevemente nas escolas falta de professores qualificados.

Mas se a formação de professores parece ser uma área a recuperar atratividade, a de Agricultura, Silvicultura e Pescas continua a ser a área de formação que menos candidatos atrai: as 760 vagas receberam 192 candidaturas em primeira opção e 249 colocados, sobrando 511 lugares para as fases seguintes.

Na perspetiva das áreas de formação, apenas os cursos na área de serviços de transporte e outra não especificada preencheram já todas as vagas, mas para Informação e Jornalismo restam apenas 13 lugares e para serviços de segurança 19.

Direito, Matemática e Estatística e Ciências Sociais e do Comportamento são áreas onde já só restam algumas dezenas de vagas.

O número de colocados na primeira fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior aumentou para os 44.500 estudantes, 1,2% acima de 2018, revelam os dados oficiais que indicam ainda que mais de metade entrou na sua primeira opção.

Os resultados da primeira fase do concurso nacional de acesso estão desde hoje disponíveis na página da Direção-Geral do Ensino Superior (DGES) em http://www.dges.gov.pt.

Os candidatos puderam concorrer a 1.087 cursos nas universidades e politécnicos públicos.

A segunda fase de candidaturas decorre entre 09 e 20 de setembro e os resultados são divulgados a 26 de setembro.

IMA // HB

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