Motoristas: Empresários algarvios pedem reforço de postos de abastecimento

| Economia
Porto Canal com Lusa

Faro, 30 jul 2019 (Lusa) -- A Associação Empresarial da Região do Algarve (NERA) pediu hoje ao Governo para reforçar o número de postos algarvios da Rede de Emergência de Postos de Abastecimento (REPA) devido à "especificidade" da região.

Em comunicado, os empresários referem que as propostas anunciadas são "claramente insuficientes" face aos problemas esperados pela greve de motoristas e que o Governo deve "adequar e reforçar as medidas de emergência a esta realidade complexa de uma região especial, que é o Algarve, no ponto mais alto do verão".

O Algarve terá 22 postos de abastecimento de emergência caso seja necessário declarar crise energética no âmbito da greve dos motoristas de matérias perigosas e mercadorias, que se inicia em 12 de agosto, apenas mais dois postos do que aqueles estipulados para a região na greve dos motoristas do passado mês de abril.

Segundo a NERA, o número de postos anunciados parece "ignorar realidades específicas como o Algarve" e não levou em conta "a especificidade da complexa realidade económica da região", sobretudo numa altura que coincide com pico da época turística, quando a população do Algarve triplica.

No aeroporto de Faro, sublinham, desembarcam cerca de 600 mil passageiros em agosto, pelo que é imperativo garantir combustível para a saída de aviões e para servir os turistas, nomeadamente veículos dos hotéis, autocarros turísticos, táxis e carros alugados.

"Quando se fala de turismo não se trata só de hotéis e restaurantes, mas sim de um universo económico bem mais complexo que os empresários do Algarve, dos mais variados setores, percorrem todos os dias", frisa a associação.

Outro "problema sensível", indicam, será a garantia do abastecimento de produtos alimentares, produtos frescos e congelados, águas e bebidas e as produções da região às centenas de milhares de pessoas que, além dos residentes, se deslocam ao Algarve.

"Essa atividade de distribuição é desenvolvida em larga medida por dezenas de empresas da região, que necessitam de combustível diariamente para responder com regularidade aos clientes que em geral têm 'stocks' baixos, até por escasso espaço de armazenagem. São poucas as empresas da região que têm reserva autónoma de combustíveis", sublinha.

A principal associação hoteleira do Algarve também já se tinha mostrado preocupada com o impacto da greve de motoristas, numa altura em que há mais de um milhão de pessoas na região.

A greve convocada pelo Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), que começa em 12 de agosto, por tempo indeterminado, ameaça o abastecimento de combustíveis e de outras mercadorias.

O Governo terá que fixar os serviços mínimos para a greve, depois das propostas dos sindicatos e da ANTRAM terem divergido entre os 25% e os 70%, bem como sobre se incluem trabalho suplementar e operações de cargas e descargas.

O ministro adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, considerou que "todos" devem estar preparados para os "transtornos" da greve dos motoristas de mercadorias, enquanto o responsável pela tutela das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, assegurou que o Governo está "a trabalhar" naquela questão e que os serviços mínimos "serão numa dimensão muito satisfatória".

A greve do SNMMP iniciada em 15 de abril levou à falta de combustíveis em vários postos de abastecimento em todo o país, tendo o Governo acabado por decretar uma requisição civil e convidar as partes a sentarem-se à mesa das negociações.

O SIMM já veio dizer que as consequências desta greve serão mais graves do que as sentidas em abril, já que, além dos combustíveis, vai afetar o abastecimento às grandes superfícies, à indústria e aos serviços, podendo "faltar alimentos e outros bens nos supermercados".

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Lusa/fim

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