Lisboa, 12 jun (Lusa) - O PS pediu hoje ao Ministério das Finanças uma cópia do relatório da auditoria feita entre 2008 e 2009 pela Inspeção-Geral de Finanças (IGF) aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), que defendia uma reestruturação daquela empresa.

Em declarações à agência Lusa, o deputado socialista Marcos Perestrello referiu-se a declarações do deputado do PSD Eduardo Teixeira, que "dão a entender que teve acesso a um relatório que o Parlamento alegadamente desconhece", e disse querer "saber porque é que o deputado teve acesso, se teve acesso e porque é que os restantes deputados não".

Há alguns dias, em declarações à Lusa, o deputado do PSD Eduardo Teixeira adiantou ter enviado uma carta à direção do PS questionando se "existe mais algum documento relevante" relativo aos Estaleiros de Viana que tenha sido "ocultado", apontando como exemplo uma auditoria de 2009.

Essa auditoria da IGF às contas dos ENVC recomendou o desenvolvimento de "soluções de reestruturação empresarial" envolvendo os agentes regionais e locais.

Foi definida ainda a necessidade de desenvolver uma "estratégia para o processo de reestruturação do pessoal", incluindo a "revisão do plano de complementos de reforma atualmente em vigor na empresa" e da produção de relatórios "detalhados de controlo orçamental", para corrigir "desvios" como os que foram verificados em várias construções que deram prejuízo aos ENVC naquele exercício.

A inspeção recomendava a "clarificação" das encomendas de navios militares aos ENVC, bem como a realização de "diligências no sentido de resolver o impasse existente ao nível do programa de contrapartidas dos submarinos", quanto à "eventual colocação de novas encomendas de construção naval por parte do consórcio alemão".

Para Marcos Perestrello, ex-secretário de Estado da Defesa do PS, o maior problema está no contrato (assinado durante um Governo PSD/CDS) que "desprotegia e desprotege de forma quase leonina o Estado português" no programa dos submarinos e "retira-lhe os instrumentos de coação sobre quem tem de prestar as garantias", o consórcio alemão.

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