Aluno de VIla Real que terá ameaçado funcionária obrigado a mudar de escola
Porto Canal
O aluno que terá ameaçado na quarta-feira com uma faca uma funcionária da Escola Secundária Camilo Castelo Branco, em Vila Real, foi obrigado pelo tribunal a mudar de escola, disse hoje à Lusa fonte judicial.
Segundo a mesma fonte, o Tribunal de Vila Real determinou esta manhã que o aluno de 17 anos, que ficou sujeito a termo de identidade e residência, fica obrigado a mudar de escola e impedido de falar com a diretora do estabelecimento de ensino e com a funcionária que terá ameaçado.
O Tribunal decidiu ainda que o jovem terá que ter acompanhamento psiquiátrico.
O jovem terá entrado na quarta-feira, à hora do almoço, no chamado "liceu" de Vila Real com uma faca de cozinha e tendo como alvo a diretora da escola, que não se encontrava no local.
O aluno, do 11.º ano, terá então ameaçado uma funcionária que o terá tentado travar.
A Escola Secundária Camilo Castelo Branco anunciou na quinta-feira que procedeu à suspensão imediata do aluno.
Em comunicado entregue aos jornalistas na quinta-feira de manhã, a direção daquele estabelecimento de ensino fez questão de salientar que se "tratou de um caso pontual e isolado" e que "os alunos da escola nunca estiveram em risco dado que o aluno nunca os teve como alvo".
Segundo o comunicado, "o incidente foi prontamente solucionado quer pela intervenção das assistentes operacionais em serviço no momento quer pela chegada célere da polícia".
Fonte da PSP de Vila Real confirmou à agência Lusa ter sido chamada cerca das 13:30 de quarta-feira à escola, onde se deparou com um "jovem bastante exaltado", que "não ofereceu resistência à detenção".
De acordo com a fonte, o estudante tinha na sua posse "um objeto cortante, que lhe foi apreendido".
O caso foi comunicado ao procurador da república, que entregou a investigação à PJ por ser da competência desta polícia.
Depois de ter sido detido pela PSP, o aluno foi levado ao serviço de psiquiatria da unidade de Vila Real, do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Após o incidente, a direção da escola suspendeu de imediato o aluno, por um período mínimo de 10 dias. O caso já foi reportado ao Ministério da Educação e será agora avaliado pela Direção Regional de Educação do Norte.
A comunidade escolar mostrou-se surpreendida com a atitude deste jovem, que é considerado bom aluno e que nunca tinha manifestado qualquer sinal de agressividade. Segundo foi possível apurar, o jovem sofrerá de síndrome de Asperger.
No entanto, na terça-feira, terá sido apanhado na sala de aula com álcool, uma situação que foi reportada pela direção da escola aos pais do aluno.
A direção da Camilo Castelo Branco garante que "uma situação semelhante a esta nunca se verificou neste estabelecimento de ensino" e que a escola "continua a ser, como sempre o foi, um estabelecimento de ensino onde impera a segurança e o cuidado a todos os níveis com alunos, professores e funcionários".