Tecnologia criada em Vila Real detecta à distância riscos em pontes ou barragens

Tecnologia criada em Vila Real detecta à distância riscos em pontes ou barragens
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Porto Canal

A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real, está a desenvolver uma tecnologia que permite monitorizar estruturas à distância, por controlo remoto, e detetar precocemente riscos potenciais em barragens, estradas ou pontes.

O projeto "RemotWatch -- Alert and Monitoring System for Physical Structures", é financiado em cerca de 250 mil euros pela Agência de Inovação (AdI), com verbas do QREN, e conta com a parceria de uma empresa de Vila Real, a "Norvia -- Consultores de Engenharia, SA".

"Esta tecnologia permitirá uma abordagem inovadora no domínio da monitorização de estruturas críticas, levando à deteção precoce de riscos potenciais, possibilitando melhorar a segurança e reduzir, de forma significativa, os custos de manutenção, através da otimização de estratégias de intervenção", afirmou hoje o investigador João Sousa.

O especialista explicou que a aplicação recorre à utilização de imagens de satélite, o que permite detetar "deslocamentos milimétricos em barragens, estradas, pontes, ou outras estruturas, em qualquer ponto do globo".

João Sousa salientou as "muitas vantagens" desta tecnologia, já que, segundo explicou, "a localização das deficiências estruturais permitirá uma atuação localizada, levando à poupança potencial de milhões de euros em tarefas de monitorização".

O investigador defendeu que esta aplicação teria permitido, por exemplo, "antever os problemas que levaram à queda da ponte Hintze Ribeiro, em Entre-os-Rios, já que, pelo menos desde 1992, a referida estrutura sofria de deformações significativas e persistentes".

A ponte de Entre-os-Rios desabou a 04 de março de 2001, num acidente que provocou a morte de 59 pessoas.

O "RemotWacth" vai resultar num "conjunto de ferramentas informáticas de monitorização e de apoio à decisão" que irá funcionar como "meio de monitorização e alerta, permitindo, em simultâneo, um acompanhamento pormenorizado e frequente, aumentando as condições de segurança dessas estruturas".

João Sousa referiu que o projeto é financiado até junho de 2015, altura em que prevê fornecer à Norvia o protótipo que medirá deformações em estruturas: pontes, barragens, estradas, taludes ou até arribas.

A UTAD ficará com os direitos intelectuais da aplicação e a empresa com o produto, que poderá usar para vender serviços.

A Norvia ficará "dotada da capacidade de realizar o acompanhamento e a gestão da manutenção de estruturas à escala mundial, em tempo (quase) real e sem aumento de custos significativos".

Isto porque, segundo João Sousa, todo o "processo de monitorização e alerta será realizado de forma centralizada, independentemente da localização da estrutura".

O "RemotWatch" está a ser desenvolvido por uma equipa de cinco pessoas de várias áreas da UTAD, desde João Sousa, da Escola de Ciência e Tecnologia (ECT), a outros investigadores ligados ao processamento de imagem e programação.

A AdI, que financia o projeto, tem como objetivo central "promover a inovação e o desenvolvimento tecnológico facilitando o aprofundamento das relações entre o mundo da investigação e o tecido empresarial português".

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