Trabalhadores dos impostos denunciam situação "degradante e desqualificante" da actividade

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 14 fev (Lusa) - O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI) decide até final do mês "formas de ação", que "poderão passar" por uma nova greve, em protesto contra a situação "completamente degradante e desqualificante" vivida na Autoridade Tributária e Aduaneira.

"Neste momento, e face à ausência de respostas da tutela aos nossos pedidos, estamos a ponderar outras formas de ação que vão ser discutidas nas reuniões que temos agendadas com todos os dirigentes do sindicato até ao final do mês. Aí, vamos tomar decisões sobre esta matéria que poderão passar pela greve, não pomos nada de lado neste momento", afirmou o presidente do sindicato, Paulo Ralha, em declarações à agência Lusa.

Em causa está a situação denunciada, a vários níveis, pelos trabalhadores da Autoridade Tributária e Aduaneira (ATA) e que afetam desde as condições das instalações onde laboram, aos equipamentos e falta de recursos humanos, cortes salariais e problemas de segurança.

"Há que dizer basta. Parece que não querem resolver os problemas desta casa e que querem que esses problemas se agudizem", acusou o dirigente sindical, descrevendo como "completamente degradante e desqualificante trabalhar na Autoridade Tributária e Aduaneira neste momento".

Tendo por base os resultados de um inquérito do sindicato às condições de trabalho na ATA, que abrangeu 3.104 trabalhadores num universo de 11.500, o STI denuncia, no que respeita às instalações dos serviços da ATA, "graves problemas de infiltrações" e a "inexistência de climatização" ou "mau funcionamento dos aparelhos existentes".

"Contam-se às centenas os casos de serviços com infiltrações graves, que põem em perigo de eletrocussão os trabalhadores e os contribuintes", assegurou Paulo Ralha à Lusa, apontando ainda a situação de um serviço de finanças, em Guimarães, "em que escorrem dejetos pelas escadas de acesso, sendo que, na porta ao lado, fica a Autoridade para as Condições do Trabalho".

Já ao nível dos equipamentos e recursos humanos, o sindicato fala em "problemas informáticos gravíssimos", resultantes dos 12 anos de idade média do parque informático da ATA, assim como em diversos "problemas ao nível da rede, que é completamente incapaz de responder às solicitações do dia a dia".

Em "rutura" estão também os recursos humanos, com o STI a garantir que "há serviços que estão a trabalhar com dois e três funcionários, o que é manifestamente insuficiente para prestar um serviço com qualidade".

Questionados sobre as "condicionantes que mais afetam negativamente" o seu desempenho, os trabalhadores da ATA foram praticamente unânimes em apontar os cortes salariais e a ausência de perspetivas de progressão na carreira, de vínculo de nomeação e de reconhecimento por parte da tutela.

"Uma desmotivação completamente transversal é o sentimento reinante nesta casa", resumiu Paulo Ralha, salientando que "tudo isto está a provocar uma erosão muito grande".

A causar apreensão ao sindicato está ainda a falta de segurança sentida.

"Esta semana foram assaltadas duas secções de cobrança, em Loulé e em S. Jorge do Pico, nos Açores", disse, acrescentando que estas situações "já ocorreram com uma intensidade preocupante no ano passado e, este ano, pela amostra existente vão ter novamente uma forte incidência".

Recordando ter "iniciado há um ano atrás tentativas para dialogar com a tutela" sobre a situação vivida na ATA, o STI critica a ausência de "qualquer resposta" por parte da tutela.

Neste contexto, o sindicato entende que "chegou o momento de dizer basta" e garante que "os trabalhadores saberão tratar a tutela com o respeito que a tutela os tem tratado".

Neste contexto, e enquanto são decididas as "formas de ação" a tomar, os trabalhadores da Autoridade Tributária dizem reservar-se "o direito de cumprir tão somente as obrigações estipuladas no conteúdo funcional da categoria pela qual são remunerados, dentro do estrito horário de trabalho e com o grau de qualidade correspondente à formação que lhes é ministrada".

PD // ATR

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