Gaia defende debate sobre reorganização administrativa "calmo e participado"
Porto Canal com Lusa
Vila Nova de Gaia, Porto, 22 nov (Lusa) - O presidente da câmara de Vila Nova de Gaia defendeu hoje uma discussão "calma e participada" sobre a reorganização administrativa, mas se debate se concretizar em breve não vê outra alternativa do que o regresso às 24 Freguesias.
"Preferindo que o debate não acontecesse nesta fase e tivéssemos mais tempo, entendo que não podem existir dois critérios em Vila Nova de Gaia porque não tenho freguesias filhas e freguesias enteadas. Tenho pedido alguma contenção e que esperem que a lei saia, mas aqui não haverá muita maneira que não seja voltar ao modelo das 24 freguesias. De outra forma estaríamos a criar uma situação diferente para uns relativamente a outros", disse o autarca.
Com a reforma administrativa que entrou em vigor em janeiro de 2013, foram agrupadas sete freguesias em Vila Nova de Gaia: Santa Marinha-Afurada, Gulpilhares-Valadares, Mafamude-Vilar do Paraíso, Serzedo-Perosinho, Grijó-Sermonde, Pedroso-Seixezelo e Sandim-Olival-Lever-Crestuma.
Sozinhas ficaram as freguesias de Oliveira do Douro, Vilar do Andorinho, Avintes, Canelas, Madalena, Canidelo, Arcozelo e São Félix da Marinha.
Em declarações à agência Lusa, e depois de alguns movimentos cívicos no concelho terem avançado que estão a efetuar petições, somando-se debates que já começaram em outros concelhos do Grande Porto, Eduardo Vítor Rodrigues defendeu que o tema merecia uma "abordagem mais global", uma "discussão mais calma e participada".
"Este tema começa a estar muito fervilhante. O Governo anunciou que vai fazer uma legislação sobre o assunto e isso gerou que muitas comunidades, elites locais e a população em geral se começasse a questionar e a movimentar. Acho que neste momento não há condições, nem houve um tempo suficientemente estável para avaliar o efeito da reorganização administrativa", disse Eduardo Vítor Rodrigues.
O presidente da câmara de Gaia considerou que em 2013 "terão acontecido casos em que efetivamente o processo foi correto", mas admitiu que "outros precisem de ajustamentos", concluindo: "As análises tinham de ser caso a caso".
"Nem sequer a questão do número de habitantes me comove porque é verdade que há freguesias pequeninas em termos de habitantes - como a Afurada por exemplo - mas que do ponto de vista da identidade cultural, se calhar têm mais relevância do que freguesias com muitos mais habitantes", defendeu.
Reiterando que o momento não é "ideal" até porque, como lembrou, Portugal está "a meia dúzia de meses das eleições Europeias e das Legislativas", Eduardo Vítor Rodrigues vincou que "se a caixa de Pandora for aberta", tem "dificuldade em imaginar que uns se mantenham e outros se desagreguem" com critérios que adjetivou como "muito subjetivos".
PYT // MSP
Lusa/Fim