Conselho de Escolas considera redutor destacar quem inflaciona notas

| Política
Porto Canal com Lusa

O presidente do Conselho de Escolas considera que a autonomia e a flexibilização dos critérios de avaliação fazem com que se torne redutor dar mais destaque às escolas que alegadamente inflacionam as notas dos alunos.

Atualizado 20-11-2018 12:17

"Há escolas que têm critérios que consideram mais elementos na avaliação dos alunos, valorizando o que o aluno faz todos os dias, e outras que valorizam mais o desempenho em testes. Com tantos professores a avaliar, tão diferentes e em tão diferentes regiões não podemos ter um guião", disse à Lusa o presidente do Conselho das Escolas, José Eduardo Lemos de Sousa.

O responsável comentava o relatório da Inspeção-Geral de Educação e Ciência, hoje divulgado pelo jornal Público, que diz que os estabelecimentos fazem "vista grossa" aos critérios de avaliação que eles próprios definem para poderem atribuir classificações mais elevadas aos alunos.

Segundo este relatório, são usados domínios como a oralidade ou as atividades laboratoriais que, por não terem testes ou outros critérios mensuráveis que permitam suportar as avaliações feitas pelos professores, são usados para aumentar as notas dos alunos.

O responsável do Conselho das Escolas, um órgão consultivo que representa as escolas da rede pública junto do Ministério da Educação, admite que haja escolas em que nos critérios usados tenham mais flexibilidade do que outras, mas sublinha que estas diferenças não são dramáticas.

"Não é nenhum drama e acho que devemos valorizar e preocupar-nos tanto com as que alegadamente inflacionam como com as que alegadamente deflacionam", afirmou José Lemos, que frisa: "a inspeção fez um bom trabalho, mas estamos a falar de 10 escolas e não podemos estender [estes dados] a todas as escolas do país".

José Lemos sublinha ainda: "Na altura em que as escolas eram induzidas a valorizar a métrica quantitativa, conhecimentos e saber, se nesse âmbito se pode falar em inflação de notas, temo que agora, quando a avaliação assenta em áreas de maior subjetividade e não tão tangíveis metricamente, poderemos ter um problema".

"Quem avalia os alunos são vários professores, em conselho de turma, que se guiam por critérios da própria escola, que são diferentes de escola para escola, pois umas podem ter critérios mais favoráveis aos alunos - não contam apenas com os testes -- do que outras e, assim, é possível ter algumas discrepâncias", acrescentou.

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