Secretário-executivo da CPLP defende investimento da Guiné Equatorial no Banif
Porto Canal / Agências
Lisboa, 06 fev (Lusa) -- O secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Murade Murargy, considerou hoje que o investimento da Guiné Equatorial no Banif é uma forma de demonstração do real interesse de cooperação daquele país africano com a CPLP.
"A Guiné Equatorial está interessada em investimentos nos nossos países, começando por Portugal. Esta injeção de capitais no Banif é uma forma que a Guiné Equatorial está a demonstrar que quer realmente cooperar connosco", disse o diplomata moçambicano, em declarações à Lusa no final da visita do grupo parlamentar do PSD à sede da CPLP.
Na quarta-feira, o Banif revelou que estabeleceu um memorando de entendimento com a República da Guiné Equatorial visando a colaboração entre as partes no setor bancário, que poderá levar à entrada de uma empresa daquele país africano no capital do banco.
"O Banif -- Banco Internacional do Funchal, SA (Banif) informa que celebrou um Memorando de Entendimento (MdE) não vinculativo com a República da Guiné Equatorial, tendo em vista iniciativas de colaboração no setor bancário em condições que venham a ser acordadas entre as partes", lê-se num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Segundo o documento, "no âmbito das referidas iniciativas está prevista a possível tomada de uma participação qualificada no capital social do Banif por empresa da Guiné Equatorial, se possível, no montante remanescente para a conclusão da segunda fase do processo de recapitalização do Banif, destinado a investidores internacionais (de cerca de 133,5 milhões de euros).
A entrada da Guiné Equatorial como membro da CPLP tem sido adiada devido a questões relacionadas com os direitos humanos, nomeadamente a prática de pena de morte naquele país, mas a decisão para a adesão será tomada na próxima cimeira da organização em Timor-Leste.
Murade Murargy assegurou que as autoridades da Guiné Equatorial prometeram à organização lusófona que irá abolir a pena de morte.
"Acho importante a entrada da Guiné Equatorial para a CPLP. E nós estamos a trabalhar com vista a apoiar este país a remover os obstáculos que se estão a criar para sua entrada. E estamos convencidos que vamos conseguir que eles consigam fazer a moratória da pena de morte. Eles já nos prometeram que vão fazer isso", disse Murade Murargy.
MMT (DN) // VM
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