Comissão de trabalhadores dos ENVC acusa sindicalistas de não cumprirem orientações da CGTP

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Porto Canal

Os elementos da Comissão de Trabalhadores (CT) dos estaleiros de Viana reúnem-se quinta-feira com o secretário-geral da CGTP, acusando os representantes sindicais locais, que têm negociado com a tutela, de não seguirem as orientações da intersindical.

Em causa estão contactos, nos últimos dias, entre os dirigentes da União de Sindicatos de Viana do Castelo (USVC) e do Sindicato dos Metalúrgicos, afetos à CGTP, com o ministro da Defesa, mandatados pelos trabalhadores, descritos como uma tentativa de minimizar o impacto social do fecho da empresa.

"Nós, trabalhadores, ficámos completamente estupefactos com a atitude dos dirigentes sindicais nas reuniões que eles tiveram com o ministro da Defesa. O sindicato precisa de pessoas que lutem pelas empresas e pelo posto de trabalho e que sigam a orientação da sua intersindical e isso não aconteceu", disse hoje o coordenador da CT dos estaleiros.

António Costa afirma que no plenário de 27 de janeiro, estes representantes sindicais, liderados por dois trabalhadores da empresa, foram "legitimados" para "simples reuniões de abordagem" e "não negociações como as que se vieram a concretizar".

"Os trabalhadores sentem-se traídos", afirma o responsável pela CT dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC).

Já Branco Viana, coordenador da USVC e que nos últimos dias tem liderado estes contactos, recorda que a intervenção sindical resultou de uma moção aprovada em plenário de trabalhadores dos ENVC, com "toda a transparência" e "apenas" dois votos contra e quatro abstenções.

"Fomos mandatados pelos trabalhadores para o fazer e esta posição só demonstra que o senhor António Costa não aceita a democracia dentro da empresa. Não é por acaso que dois membros da CT já se demitiram", acusou Branco Viana, em declarações à Lusa.

Entretanto, o plano social lançado pela administração dos estaleiros, no âmbito do encerramento da empresa e do despedimento dos 609 trabalhadores, acaba de ser revisto e prolongado até 21 de fevereiro, incorporando sugestões apresentadas pelos representantes sindicais à tutela.

Estes "desenvolvimentos", de acordo com António Costa, serão discutidos em Lisboa, esta quinta-feira, a partir das 15:00, com o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, e com os serviços jurídicos da intersindical.

A CT convocou ainda para a próxima segunda-feira, às 15:30, um plenário de trabalhadores, a realizar na empresa, para, entre outros assuntos, discutir este caso.

"Deixámos bem claro que a CT está aqui para lutar pelos direitos dos trabalhadores e pela manutenção dos estaleiros no setor empresarial do Estado. É esse o caminho que os trabalhadores vão continuar a fazer", enfatizou António Costa, apelando à demissão destes elementos sindicais.

Durante a tarde, a CT recebeu representantes sindicais de Lisboa, liderados pelo coordenador da comissão de trabalhadores da Auto Europa, António Chora, que se mostraram "solidários" com a "luta" pela manutenção dos ENVC enquanto empresa pública, contestando igualmente a subconcessão ao grupo Martifer.

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