PCP considera verba de 15 ME insuficiente para o Pinhal de Leiria

| Política
Porto Canal com Lusa

Leiria, 16 out (Lusa) - A Direção da Organização Regional de Leiria (Dorlei) do PCP considerou hoje que a dotação orçamental de 15 milhões de euros para o Pinhal de Leiria, faseados até 2022, é "altamente insuficiente para fazer face a tudo o que está por fazer".

Num comunicado enviado à agência Lusa, um ano após o incêndio que devastou a Mata Nacional de Leria em 86%, o PCP diz que "esta verba é altamente insuficiente para fazer face a tudo o que está por fazer numa visão integrada e abrangente da recuperação, requalificação e gestão adequada da Mata Nacional de Leiria".

"Este valor pode ser o suficiente para custear intervenções na floresta, mas o investimento necessário vai muito mais além disso, desde logo no urgente investimento na estrutura do ICNF [Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas] no que respeita a técnicos superiores, técnicos operacionais, veículos, equipamentos, máquinas, sistemas de comunicação, entre outros", acrescenta a nota.

Para o PCP, "na prática, o Governo irá investir pouco, ou mesmo nada, na recuperação do Pinhal".

"A venda de material lenhoso rendeu no último ano cerca de 11,5 milhões de euros. No conjunto das Matas Litorais, a alienação de material lenhoso atinge o valor de 15 milhões de euros e poderá ainda aumentar. Ou seja, o Governo está a apresentar como investimento do Estado aquilo que na prática parece ser a utilização das receitas da venda de madeira", constata o PCP.

A Dorlei considera ainda que a "planificação da gestão florestal não é compatível com curtos prazos", alertando que é "daqui a três anos que algumas das intervenções para orientação e otimização da regeneração florestal poderão ser mais exigentes, nomeadamente no que toca aos meios humanos e técnicos necessários".

Segundo este partido, o relatório da Comissão Científica, apresentado na quinta-feira, dá "algumas respostas a questões como a reflorestação, gestão florestal e prevenção de incêndios", mas "peca por tardio relativamente a ações de emergência".

Para o PCP, o incêndio no Pinhal de Leiria é o "resultado de décadas de desinvestimento na Mata Nacional, de falta de meios para a preservação do exemplar modelo de gestão e ordenamento do Pinhal de Leiria e para a sua limpeza, e de condenação à agonia da principal estrutura responsável pelo Pinhal de Leiria - o ICNF, que chegou à inacreditável situação de ter um técnico superior para todo o pinhal e de cada um dos seus 12 técnicos operacionais terem à sua responsabilidade uma média de 2.000 hectares de Mata".

Considerando que o fogo "constitui uma das maiores catástrofes com que o concelho da Marinha Grande, bem como outros concelhos adjacentes, estiveram e estão confrontados", o PCP salientou que a mata é "vital para o clima nesta região e para o seu equilíbrio ambiental".

O PCP defende ainda uma "visão global, que associe a reflorestação a um plano de gestão pública da Mata Nacional de Leiria e a outras medidas conexas de reforço de estruturas, como o ICNF, e meios de prevenção e combate a incêndios, nomeadamente por via de um plano de adaptação e apetrechamento de diversas estruturas, especialmente das corporações de bombeiros, tendo em conta a realidade de uma mata com a dimensão da Mata Nacional de Leiria".

O PCP alertou ainda para a "emergência" de um plano de "combate às espécies invasoras, de preservação e fixação de solos, de proteção e preservação de cursos de água, de forma a garantir que a regeneração natural se possa fazer nas melhores condições".

A Dorlei rejeita "qualquer linha de privatização, direta ou indireta, total ou parcial, do Pinhal de Leiria, bem como de qualquer linha de municipalização", defendendo que o modelo de gestão pública envolva o ICNF, as autarquias locais, os partidos políticos, associações, sindicatos e coletividades, entre outras estruturas.

EYC // SSS

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