CIM do Alto Tâmega quer explicações do ministro da Saúde sobre jovem acidentado
Porto Canal / Agências
Chaves, 04 fev (Lusa) -- A Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Tâmega questionou hoje como o ministro da Saúde prevê reforçar a capacidade do Hospital de Chaves, depois de um jovem da cidade com um neurotrauma só ter conseguido vaga em Lisboa.
"Como prevê o Ministério da Saúde reforçar a capacidade de resposta da Unidade Hospitalar de Chaves, que serve um vasto território de difícil geografia, quer no imediato e no local, quer na eficácia e eficiência de referenciação para outras unidades, naturalmente mais próximas?", lê-se no comunicado da CIM do Alto Tâmega enviado à Lusa.
Um jovem de 20 anos, que sofreu um neurotrauma num acidente de viação no sábado, em Chaves, foi internado no Hospital Santa Maria, em Lisboa, devido ao hospital da cidade transmontana não ter a especialidade e não haver vagas nos hospitais da região Norte.
O doente saiu de Chaves cerca das 06:00, depois de três horas de espera, fez cerca de 400 quilómetros de ambulância até Torres Novas, onde, depois de pedido médico dado o agravamento do seu estado de saúde, seguiu até Lisboa de helicóptero, onde permanece internado em coma induzido.
A CIM do Alto Tâmega, composta pelos municípios de Boticas, Chaves, Montalegre, Ribeira de Pena, Valpaços e Vila Pouca de Aguiar, pretende ainda saber qual vai ser a atuação do Ministério da Saúde para prevenir situações idênticas.
Perante "tão grave" ocorrência, os autarcas perguntam se o jovem que sofreu o acidente fosse do Porto, Gaia, Matosinhos, Guimarães ou Braga também iria para Lisboa.
A Câmara de Chaves também enviou um pedido de esclarecimentos ao Ministério da Saúde, à Administração Regional de Saúde do Norte (ARS/Norte) e ao Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), onde está integrado o Hospital de Chaves.
O CHTMAD garantiu à Lusa que contactou "todos" os hospitais do Norte para tentar internar o doente numa unidade próxima, mas não houve essa disponibilidade.
Os hospitais de Braga, Porto e Coimbra, que a unidade de saúde de Chaves afirma ter contactado para admitir um jovem com um neurotrauma, agora internado em Lisboa, asseguraram não ter sido contactados, confirmaram indisponibilidade ou escusaram-se pronunciar-se.
A ARS/Norte abriu um inquérito para apurar as circunstâncias do caso.
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