"Passou a ser problema do primeiro-ministro"- Jerónimo de Sousa

| Política
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 12 out (Lusa) - O secretário-geral do PCP afirmou hoje que a polémica do furto de armas de Tancos e consequente demissão do responsável pela tutela, Azeredo Lopes, "passou a ser problema" do chefe do Governo.

"Queria aqui afirmar que não conhecemos os fundamentos que levaram à demissão do ministro. Passou a ser um problema do ministro da Defesa e, naturalmente, do primeiro-ministro, como principal responsável do Governo", disse Jerónimo de Sousa.

O líder comunista respondia a jornalistas, após uma sessão dos "Colóquios (Re)Partidos", organizados pelo Conselho Nacional de Juventude (CNJ) junto das diversas forças políticas, desta feita no centro de trabalho Vitória do PCP, em Lisboa, e imediatamente depois de se saber da saída do Governo de Azeredo Lopes.

Jerónimo de Sousa sublinhou ser "prudente aguardar para conhecer os fundamentos que levaram a tal decisão".

O secretário-geral comunista afirmara, há dias, que o PCP não condena nem absolve ninguém prematuramente, referindo-se ao Ministro da Defesa e ao Chefe do Estado-Maior do Exército, quando questionado sobre a polémica do furto de armamento dos paióis nacionais de Tancos, posterior reaparecimento e eventual encobrimento por parte da Polícia Judiciária Militar e da Guarda Nacional Republicana.

O ministro da Defesa, Azeredo Lopes, demitiu-se hoje do Governo para evitar que as Forças Armadas (FA) sejam "desgastadas pelo ataque político" e pelas "acusações" de que disse estar a ser alvo.

"Não podia, e digo-o de forma sentida, deixar que, no que de mim dependesse, as mesmas FA fossem desgastadas pelo ataque político ao ministro que as tutela", referiu Azeredo Lopes, na carta enviada ao primeiro-ministro e a que a agência Lusa teve acesso.

O ministro cessante voltou a negar que tenha tido conhecimento, "direto ou indireto, sobre uma operação em que o encobrimento se terá destinado a proteger o, ou um dos, autores do furto".

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aceitou entretanto a exoneração de Azeredo Lopes e aguarda a proposta de um sucessor no cargo por parte do primeiro-ministro, António Costa.

HPG (SF) // JPS

Lusa/Fim

+ notícias: Política

“Não há condições políticas” para regresso do Serviço Militar Obrigatório, garante ministro da Defesa

O ministro da Defesa Nacional admitiu que “hoje não há condições políticas” para voltar a impor o Serviço Militar Obrigatório (SMO), sugerindo que os jovens que optem pelas Forças Armadas tenham melhores condições de entrada na universidade ou função pública.

"Acabarei por ser inocentado", diz Galamba sobre caso Influencer

O ex-ministro das Infraestruturas, João Galamba, disse esta sexta-feira que acredita que vai ser inocentado no processo Influencer e discorda que a Procuradora-Geral da República, Lucília Gago, deva prestar esclarecimentos no Parlamento.

25 de Abril. Eanes afirma que PCP tentou estabelecer regime totalitário

O antigo Presidente da República António Ramalho Eanes afirmou esta sexta-feira que durante o Período Revolucionário em Curso (PREC) o PCP se preparava para estabelecer um regime totalitário em Portugal e considerou que a descolonização foi trágica.