Bispo de Bragança-Miranda defende que já é altura de aliviar as pessoas

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Porto Canal / Agências

Bragança, 24 jan (Lusa) -- O bispo da Diocese de Bragança-Miranda, José Cordeiro, defendeu hoje que já é altura de aliviar os sacrifícios que foram impostos aos portugueses, embora alerte para a necessidade de "sobriedade e prudência".

"Já são muitos os sacrifícios, muito o que foi pedido", declarou o bispo diocesano, ressalvando, no entanto, que não dispõe de dados suficientes para avaliar a atual situação económico-financeira do país.

José Cordeiro respondia a uma pergunta sobre os últimos indicadores nacionais num encontro, que promoveu hoje com os jornalistas, em Bragança, no dia do santo padroeiro da classe, São Francisco de Sales.

Os indicadores parecem positivos, mas o prelado alerta que "não criem ilusão nas pessoas" e que, apesar de ser uma exigência "continuar a viver com dignidade, o apelo será também de alguma sobriedade, de alguma prudência e de alguma inteligência na gestão económica das famílias, das pessoas e do bem comum em geral".

"Oxalá que a crise tenha servido de lição, a própria etimologia quer dizer um tempo de purificação, de decisão, que da crise nós possamos tirar novas oportunidades para que a vida tenha um sentido e nós vivamos com esperança", afirmou.

O bispo de Bragança-Miranda defendeu, no entanto, que "aquilo que é essencial na construção da pessoa humana e da sociedade em geral não pode ser cortado para fazer face a um défice ou a uma apresentação de um relatório".

As instituições da Igreja Católica são responsáveis por 80% da resposta social no distrito de Bragança nos últimos tempos têm testemunhado a "muita dificuldade" com que algumas pessoas vão enfrentando a crise nacional.

"Só para termos uma ideia, a Caritas Diocesana, em 2013 apoiou mais de 11.000 pessoas o que significa uma situação alarmante, muito preocupante", concretizou.

José Cordeiro alertou que estas instituições vão "aguentando enquanto é possível, mas é preciso que o Estado, é preciso que outras instituições façam a sua parte e que não aconteça aquilo que às vezes dá a impressão que acontece que há cortes cegos".

"É preciso pagar - é evidente - aquilo que nos compete pagar, mas é preciso não beliscar a dignidade da pessoa humana e o bem comum", vincou.

O prelado entende que algumas decisões nacionais revelam o contrário e apontou a preocupação com que encara, por exemplo, os cortes na investigação

"As universidades não podem ser só para o ensino, têm que ser também para o campo da investigação porque senão estamos a decapitar o melhor que temos em Portugal e depois lamentamo-nos e a fatura vem aí logo de seguida", defendeu.

José Cordeiro alertou ainda que o atual momento do país vai "deixar feridas nas pessoas e na sociedade e que as decisões políticas devem ser tomadas "com inteligência".

"Não se pode fazer de qualquer maneira, nem se pode dar a sensação de que isto está a saldo ou apenas para resolver determinadas questões internas ou externas e deve haver a coragem de ultrapassar qualquer tipo de interesse seja ideológico, seja político-partidário, para que o bem comum seja sempre e em todos os momentos, em todos os lugares, salvaguardado e que exista a coesão nacional e que todos tenham acesso aquilo que é de direito fundamental", considerou.

HFI // JGJ

Lusa/fim

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