Escolha de alimentos melhora qualidade de vida de doentes com cancro colorretal

| País
Porto Canal / Agências

Lisboa, 23 jan (Lusa) - A escolha dos alimentos e suplementos nutricionais adequados a cada doente com cancro colorretal permite reduzir os sintomas decorrentes dos tratamentos e melhor a qualidade de vida, concluiu uma investigação premiada pela Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa.

O estudo "Intervenção nutricional individualizada é importante benefício para pacientes com cancro colorretal: acompanhamento de longo prazo de uma experiência controlada de terapia nutricional", desenvolvido por um grupo de investigadoras da Unidade de Nutrição e Metabolismo do Instituto de Medicina Molecular, da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, foi o trabalho distinguido na 4.ª edição do prémio que vai ser hoje entregue.

"Fomos avaliar os doentes que haviam recebido a intervenção nutricional individualizada, com uma dieta prescrita individualmente para cada pessoa, tendo em conta que são todos doentes oncológicos, mas todas as pessoas são diferentes umas das outras" e têm as suas preferências, hábitos e intolerâncias, explicou hoje à agência Lusa a coordenadora da investigação.

Embora o seu trabalho se concentre nos pacientes com cancro colorretal, "daquilo que se verifica do ponto de vista clínico, haverá outros cancros, e há, em que este tipo de intervenção com este tipo de modulação consegue efetivamente ser positivo", acrescentou a investigadora.

Paula Ravasco referiu que a experiência desenvolvida incluiu três grupos, um deles recebeu uma prescrição individualizada em termos dietéticos e educação alimentar para que o doente percebesse quais os alimentos que devia escolher e aqueles a evitar para não ter sintomas desagradáveis decorrentes dos tratamentos de radioterapia, ou para reduzir a sua intensidade.

Num dos outros grupos, os pacientes mantiveram os hábitos alimentares.

"Os doentes que receberam a intervenção nutricional individualizada efetivamente tinham outcomes [resultados] mais positivos e estavam melhor do ponto de vista global da sua qualidade de vida a longo prazo", salientou a investigadora.

O aconselhamento individualizado permitiu resultados positivos na ingestão nutricional e estado nutricional, melhorou a capacidade funcional, levou a uma menor toxicidade devido aos tratamentos e a uma melhor qualidade de vida dos doentes com cancro colerretal.

A especialista em nutrição realçou a importância de conhecer o doente nas suas especificidades orgânicas, os hábitos alimentares e as preferências, nas especificidades psicológicas e de autonomia.

Nos últimos sete anos, Paula Ravasco tem ajudado vários países a integrar a intervenção nutricional individualizada em instituições e hospitais.

Quanto a Portugal, "as coisas vão um pouco mais devagar, mas já existem algumas instituições que o fazem", referiu a investigadora, apontando os exemplos do IPO do Porto ou do Hospital de Santa Maria.

O prémio Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa MSD em Epidemiologia Clínica, "mais do que o balão de oxigénio" para o trabalho de Paula Ravasco, vai permitir desenvolver os estudo iniciados em 2001 e "obter mais certezas em termos de diagnósticos e de intervenção".

"Estão demonstradas as variáveis clínicas que melhoram com esta intervenção, agora precisamos perceber porque melhoram os outcomes, assim conseguimos provavelmente amplificar ainda mais esses resultados, que já são tão positivos", resumiu.

EA // SO

Lusa/Fim

+ notícias: País

28 ambulâncias do INEM pararam esta quinta-feira por falta de técnicos

O Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-hospitalar (STEPH) afirmou esta quinta-feira que 28 ambulâncias do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) estão hoje paradas por falta de técnicos.

Eurodreams. Já é conhecida a chave que vale 20 mil euros por mês durante 30 anos

Já foi revelada a chave do sorte de Eurodreams desta quinta-feira (033/2024). Em jogo está um primeiro prémio de 20 mil euros por mês durante 30 anos.

Pólen no ar vai dar tréguas durante os próximos dias

A concentração de pólens no ar deverá reduzir na próxima semana com níveis baixos ou moderados em todas as regiões de Portugal Continental e das Ilhas, informou esta quinta-feira a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC).