Ministro da Saúde responde a fortes críticas do PCP com descida da mortalidade infantil em 2013

| Política
Porto Canal / Agências

Lisboa, 22 jan (Lusa) -- O ministro da Saúde ouviu hoje da deputada comunista Paula Santos fortes críticas ao estado do Serviço Nacional de Saúde, devolvendo as acusações de menor produção com os dados "ainda provisórios" da descida da taxa de mortalidade infantil em 2013.

Numa audiência solicitada pelo PCP, Paulo Macedo foi "brindado" com um rol de acusações da parte da deputada Paula Santos, para quem o desinvestimento no SNS "está à vista" e só o ministro "insiste em não reconhecer".

"Não é só PCP que diz. Os próprios administradores hospitalares assumem que os hospitais estão hoje a fazer menos exames, menos tratamentos e menos cirurgias", disse Paula Santos.

As críticas da deputada prosseguiram depois para os centros de saúde, atribuindo "as falsas urgências nos hospitais" à falta de investimento nos centros de saúde.

"As falsas urgências só existem porque os cuidados de saúde primários não têm o investimento que deviam ter e a resposta de proximidade necessária", disse.

Falta de material nos hospitais, proibição de tratamentos, como na área da fisioterapia, foram queixas avançadas pelo PCP como exemplos do "processo progressivo da degradação do SNS".

Sobre a queda da produção, e sublinhando que em números não costuma ter dificuldades, Paulo Macedo disse que os dados de que o governo dispõe não confirmam esta descida e optou por salientar os dados positivos do setor, nomeadamente a descida da mortalidade infantil em 2013.

Trata-se de "dados ainda provisórios" do Instituto Nacional de Estatística (INE) e que, "naturalmente, ainda serão trabalhados", mas que são "motivo de orgulho para o SNS e os seus trabalhadores, disse o ministro.

Segundo Paulo Macedo, a taxa de mortalidade infantil deverá ficar abaixo dos três por mil.

Paulo Macedo congratulou-se ainda com a descida do número de casos de tuberculose, facto que classificou de "verdadeiramente assinalável".

O ministro lembrou ainda que o SNS tem hoje, em relação a um ano atrás, mais 2.100 médicos, mais 30 mil horas de enfermagem -- asseguradas pelo aumento das 35 para as 40 horas -- mais horas de técnicos de saúde para prestar aos utentes.

Paulo Macedo sublinhou a descida das horas extraordinárias (menos três por cento) e a redução em três por cento em prestação de serviços.

"Quando se defende o SNS é com dados concretos, não é com retóricas, nem acusações de que vai desaparecer. E isto faz toda a diferença", disse.

A deputada socialista Luísa Salgueiro acrescentou às críticas a alegada falta de profissionais para assegurar o funcionamento de Viatura Médicas de Emergência Rápida (VMER), as dúvidas sobre a concretização do anunciado alargamento do horário dos centros de saúde por causa da gripe, a falta de profissionais na área da oncologia.

A deputada questionou ainda Paulo Macedo sobre o "negociozinho entre amigos" que na sua opinião se apresenta a contratação da empresa do ex-presidente do INEM para elaborar um estudo sobre a reorganização hospitalar.

"O ministro preocupa-se muito com os números, mas esqueceu-se dos portugueses", disse.

SMM // SO

Lusa/Fim

+ notícias: Política

“Não há condições políticas” para regresso do Serviço Militar Obrigatório, garante ministro da Defesa

O ministro da Defesa Nacional admitiu que “hoje não há condições políticas” para voltar a impor o Serviço Militar Obrigatório (SMO), sugerindo que os jovens que optem pelas Forças Armadas tenham melhores condições de entrada na universidade ou função pública.

"Acabarei por ser inocentado", diz Galamba sobre caso Influencer

O ex-ministro das Infraestruturas, João Galamba, disse esta sexta-feira que acredita que vai ser inocentado no processo Influencer e discorda que a Procuradora-Geral da República, Lucília Gago, deva prestar esclarecimentos no Parlamento.

25 de Abril. Eanes afirma que PCP tentou estabelecer regime totalitário

O antigo Presidente da República António Ramalho Eanes afirmou esta sexta-feira que durante o Período Revolucionário em Curso (PREC) o PCP se preparava para estabelecer um regime totalitário em Portugal e considerou que a descolonização foi trágica.