TC declara constitucionalidade e legalidade das alterações ao Estatuto do Gestor Público

| Política
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 12 abr (Lusa) -- O Tribunal Constitucional (TC) decidiu que as alterações ao Estatuto do Gestor Público aprovadas pelo Governo em 2016 cumprem a Constituição e estão dentro da legalidade, rejeitando os argumentos do PSD, que tinha suscitado a fiscalização.

O PSD tinha requerido a fiscalização da constitucionalidade da norma que excecionou os administradores de determinadas instituições de crédito, nas quais se enquadra a Caixa Geral de Depósitos, das obrigações e deveres previstos no Estatuto do Gestor Público no que respeita à transparência e ao regime remuneratório.

"O presente decreto-lei não se aplica a quem seja designado para órgão de administração de instituições de crédito integradas no setor empresarial do Estado e qualificadas como 'entidades supervisionadas significativas'", na aceção das normas do Banco Central Europeu, foi a norma contestada pelo PSD.

No acórdão, com data de 20 de março e hoje divulgado, o TC decidiu não declarar, com força obrigatória geral, a inconstitucionalidade da norma em causa, considerando ainda que não viola a lei, ao contrário do que defenderam os 30 deputados do PSD que requereram a fiscalização do diploma.

A decisão mereceu a concordância dos 13 juízes do Palácio Ratton e apenas dois deles, Maria Clara Sottomayor e Catarina Sarmento e Castro, apresentaram declaração de voto.

No requerimento, os deputados do PSD consideraram que o objetivo da alteração foi o de isentar os então recém-nomeados administradores da CGD de todos os deveres e obrigações a que estão sujeitos os gestores públicos, como a apresentação de declaração de rendimentos, criando um regime desigual.

O PSD contestava também os efeitos da exceção no regime remuneratório, já que o Estatuto do Gestor Público limita ao valor do vencimento mensal do primeiro-ministro o vencimento mensal dos gestores públicos.

Quando anunciou a intenção de recorrer ao TC, o então líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, disse que o objetivo seria "verificar da constitucionalidade da circunstância de dentro do espaço empresarial do Estado haver um regime de exceção destinado especificamente aos administradores da Caixa Geral de Depósitos".

No que toca ao regime remuneratório, o acórdão acolhe os argumentos do Governo no preâmbulo do decreto que alterou em 2016 o Estatuto do Gestor Público, considerando que a exceção em causa se destina a permitir uma aproximação aos valores dos salários praticados no mercado financeiro para "favorecer a competitividade das instituições de crédito públicas".

"A diferença de tratamento originada" pela alteração à lei, "não evidencia, nem quanto ao seu fundamento, nem quanto à medida em que foi concretizada, uma opção arbitrária", afirma o TC.

"Corresponde ao invés, a uma possibilidade de conformação do interesse público ao dispor ainda do legislador democraticamente legitimado", defende aquele tribunal, rejeitando qualquer lesão ao "princípio da igualdade", como requeria o PSD.

SF (VAM) // JPS

Lusa/fim

+ notícias: Política

Montenegro quer que 50 anos marquem “ponto de viragem” na retenção de talento dos jovens

O primeiro-ministro manifestou esta quinta-feira a convicção de que os 50 anos do 25 de Abril serão “um ponto de viragem” para quebrar “um ciclo negativo” dos últimos anos, de “incapacidade de reter em Portugal” o talento dos jovens.

Milhares na rua e Marcelo atacado com herança colonial

Milhares, muitos milhares de pessoas saíram esta quinta-feira à rua para comemorar os 50 anos do 25 de Abril, no parlamento a direita atacou o Presidente por causa da herança colonial e Marcelo fez a defesa da democracia.

25 de Abril. A carta do Presidente dos Estados Unidos para Portugal

O presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, congratulou esta quinta-feira Portugal pelo “espírito corajoso” com que fez a Revolução dos Cravos, há 50 anos, que permitiu o regresso da democracia.