Enviado do papa ouve vítimas de abuso sexual na igreja do Chile

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Porto Canal com Lusa

Santiago do Chile, Chile, 21 fev (Lusa) - O enviado especial do Vaticano ao Chile vai ouvir hoje mais depoimentos de alegadas vítimas de abuso sexual no interior da Igreja Católica, no âmbito das acusações de encobrimento que pesam sobre o bispo Juan Barros.

O arcebispo de Malta, Charles Scicluna, viajou para Santiago do Chile por ordem do papa Francisco com o objetivo de reunir-se com as vítimas, que acusam Barros de encobrir os abusos do sacerdote Fernando Karadima.

Scicluna vai ainda encontrar-se com os leigos que se opõem à designação de Juan Barros como bispo da cidade de Osorno.

O arcebispo Scicluna foi encarregado de averiguar os crimes que a Igreja considera mais graves, como os abusos sexuais a menores de idade, alegadamente cometidos por membros do clero.

"Vim ao Chile enviado pelo papa Francisco para recolher informações úteis sobre o monsenhor Juan Barros Madrid, bispo de Osorno", disse numa breve declaração à imprensa nos arredores da Nunciatura de Santiago, onde decorrem a maior parte das audiências.

O arcebispo Scicluna recolherá depoimentos durante quatro dias, após os quais entregará suas conclusões diretamente ao papa, que decidirá se abre, ou não, uma investigação canónica contra Barros.

"Quero manifestar o meu agradecimento às pessoas que se declararam disponíveis para se encontrarem comigo durante os próximos dias", disse o arcebispo,

O porta-voz do Arcebispado, Jaime Coiro, frisou as audições são "um processo de escuta, não é um tribunal, não é um auditório", acrescentando que não há um prazo para entregar as conclusões.

Coiro não informou o nome nem a quantidade de pessoas que desde terça-estão a ser ouvidas por Scicluna, apelando ao "direito de reserva da identidade".

José Andrés Murillo e James Hamilton, dois dos quatro denunciantes de Karadima, encontraram-se na tarde de terça com o arcebispo.

Ambos acusam Barros de encobrir os abusos sexuais reiterados cometidos por Karadima na década de 1980, enquanto frequentavam a capela de El Bosque, num dos setores mais abastados de Santiago.

"Acho que é o momento de começar a esclarecer e tirar toda a porcaria debaixo do tapete", manifestou Hamilton, após testemunhar ante o enviado do papa.

No sábado, Scicluna recebeu em Nova Iorque o jornalista chileno Juan Carlos Cruz, outra vítima de Karadima. "Pela primeira vez sinto que estão nos ouvindo", declarou Cruz.

Em 2011, o Vaticano condenou Karadima por abuso sexual a menores de idade e obrigou-o "relegar-se a uma vida de oração e penitência". A Justiça chilena declarou que as acusações contra ele tinham prescrevido.

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