Concessionária da água em Paços de Ferreira com desequilíbrio financeiro de 15,4ME
Porto Canal / Agências
Paços de Ferreira, 10 jan (Lusa) - A concessionária da água e saneamento em Paços de Ferreira apresentava, em agosto de 2012, um "desequilíbrio financeiro" de 15,4 milhões de euros, segundo um documento agora divulgado.
De acordo com um ofício da empresa AGS, daquele período, ao qual a Lusa teve agora acesso, o "sério desequilíbrio financeiro" foi provocado pela deliberação camarária "de não cobrança dos ramais e serviços associados".
A empresa dirigia-se ao presidente da câmara de então, Pedro Pinto, ao qual solicitava a revisão do contrato celebrado com autarquia.
No documento agora revelado, ressalvava-se, contudo, que os ramais constituíam somente uma das componentes que provocava "um sério desequilíbrio económico e financeiro da concessão, para o qual urge encontrar solução".
A AGS propunha à autarquia um aditamento ao contrato para discussão entre as partes, adequando o acordo à legislação aprovada em 2009.
A concessionária reclamava "uma definição das condições tarifárias e outras" que assegurassem a "sustentabilidade da concessão".
A Lusa contactou hoje a câmara para obter um comentário àquela posição da empresa. Fonte do executivo disse à Lusa que, desde agosto de 2012, a situação da empresa ter-se-á provavelmente agravado, porque mantém-se a não cobrança dos ramais.
A fonte recordou que o novo executivo socialista, eleito em outubro, herdou o processo da anterior equipa liderada pelo social-democrata Pedro Pinto.
A questão do preço da água em Paços de Ferreira tem estado, nos últimos anos, no centro do debate político e suscitado protestos da população.
O atual presidente da câmara, o socialista Humberto Brito, então na oposição, liderou o movimento que contestava o preço da água no concelho, considerado "um dos mais elevados do país".
Em novembro de 2012, o movimento "M6N" organizou uma manifestação, no centro da cidade, que reuniu alguns milhares de munícipes.
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