Portuguesa acusada de pertencer a extrema-direita volta a tribunal a 19 de janeiro

| Política
Porto Canal com Lusa

Londres, 11 jan (Lusa) - Uma mulher portuguesa acusada de pertencer a um grupo ilegal de extrema-direita britânico será ouvida de novo por um juiz na próxima semana, segundo as autoridades britânicas, depois de se ter declarado inocente na terça-feira.

A detenção desta portuguesa, de 38 anos, por suspeita de ligação a um grupo terrorista "está a ser acompanhada" pela Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas.

"A família da cidadã portuguesa contactou o Gabinete de Emergência Consular, que encaminhou a informação para o Consulado Geral de Londres, que investigou, confirmou a detenção e está a acompanhar a situação", refere a secretaria de Estado das Comunidades, em resposta escrita enviada hoje à agência Lusa.

Claudia Patatas, residente na localidade de Banbury, a 130 quilómetros a noroeste de Londres, tem audição agendada no Tribunal Criminal Central de Londres para 19 de janeiro, juntamente com outros cinco homens, um dos quais o alegado companheiro.

Os seis suspeitos ficaram em prisão preventiva após a audiência no tribunal de Magistrados de Westminster, na terça-feira, onde todos se declararam inocentes das acusações de envolvimento na preparação e instigação de atos de terrorismo e de de serem membros da organização proscrita 'Ação Nacional'.

Além da portuguesa, foram acusados Adam Thomas, de 21 anos e residente na mesma morada que Claudia Patatas, Nathan Pryke, de 26, Darren Fletcher, de 28, Daniel Bogunovic, de 26, e Joel Wilmore, de 24 anos.

Segundo a polícia de West Midlands, que coordenou a operação, fez as primeiras detenções e iniciou as buscas a 03 de janeiro passado, o alegado companheiro da portuguesa é acusado de posse de "informações de tipo susceptível de ser útil a uma pessoa que cometa ou prepara um ato de terrorismo".

De acordo com a imprensa britânica, o jovem, que se apresentou no tribunal de cabeça rapada, teria na sua posse uma cópia do livro "The Anarchist Cookbook" [O Livro de Cozinha do Anarquista], cujo conteúdo inclui instruções para o fabrico de engenhos explosivos.

Já Fletcher tem cinco acusações de desrespeitar uma ordem de comportamento anti-social e Bogunvic foi também acusado de uma infração separada de incitar o ódio racial, ao colar autocolantes da 'Ação Nacional' no campus da Universidade de Aston, em julho de 2016.

A polícia de West Midlands esclareceu que as detenções realizadas a 03 de janeiro foram planeadas e desencadeadas por informação e não devido à existência de uma ameaça iminente para a segurança pública.

O jornal local Banbury Guardian refere que Claudia Patatas chegou a ser libertada sob medidas de coação até à sua acusação na terça-feira.

A 'Ação Nacional', declarada oficialmente ilegal em dezembro de 2016 após três anos de existência, foi a primeira organização de extrema-direita a ser considerado proibida no país enquanto grupo terrorista, pelo que os seus membros ou apoiantes podem ser condenados até 10 anos de prisão.

Em causa estava o material que disseminado na Internet, nomeadamente nas redes sociais, com imagens e linguagem violentas e apelos a atos de terrorismo.

Embora a decisão de banir o grupo tenha sido anterior ao julgamento de Thomas Mair, condenado pelo assassinato da deputada Jo Cox, que foi aplaudido pela Ação Nacional e alegadamente inspirado por ideologia neonazi.

A ministra da Administração Interna britânica, Amber Rudd, descreveu na altura a 'Ação Nacional' como "uma organização racista, antisemita e homofóbica que suscita o ódio, glorifica a violência e promove uma ideologia vil".

BM // ARA

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