Autor de triplo homicídio condenado a 25 anos de prisão continua em liberdade
Porto Canal / Agências
Almada, 03 jan (Lusa) - O Tribunal de Almada condenou hoje a 25 anos de prisão o autor de um triplo homicídio ocorrido em novembro de 2005 na Charneca da Caparica, mas o arguido continua em liberdade e ainda pode recorrer da sentença.
O arguido João Carvalho foi condenado à pena máxima por ter assassinado a tiro a mulher com a qual mantinha uma relação amorosa, Maria do Rosário, de 40 anos, e os pais desta, ambos com 71 anos, quando tentavam socorrer a própria filha, a 02 de novembro de 2005.
Apesar da condenação, João Carvalho vai continuar em liberdade, pelo menos até que o tribunal se pronuncie sobre um eventual agravamento das medidas de coação a aplicar (enquanto se espera pelo desenvolvimento do recurso, caso seja interposto), o que, segundo fonte judicial, só deverá acontecer na próxima semana.
O advogado da família das vítimas, Diogo Martins, que se afirmou satisfeito com a pena, disse que cabe ao Ministério Público avaliar e propor uma eventual alteração das medidas de coação.
"O Ministério Público tem que atuar em conformidade com aquilo que for o seu entendimento. Ou seja, em função da situação processual do arguido, o Ministério Público vai promover aquilo a que tiver direito", disse.
No seu entender, "apesar de não ter existido prova direta, a verdade é que as circunstâncias da prática dos factos foram claras e específicas" e, por isso, "não podia ter sido outra a decisão".
A sentença do tribunal de Almada também agradou aos familiares das três vítimas, mas Amélia Talego, tia de Maria do Rosário, não compreende que o arguido tivesse saído em liberdade depois de ter sido condenado a 25 anos de prisão.
"Esperávamos que ele tivesse sido preso hoje. É um homem que matou três pessoas há oito anos e que continua em liberdade. E agora ainda tem o direito de recorrer. Estamos chocados com isto tudo", disse.
"Tem sido um sofrimento muito grande para a família. Ele [o arguido João Carvalho] passa por nós na rua e ri-se", acrescentou Amélia Talego.
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