Zimbabué: ONG pede ao exército para divulgar identidades e paradeiro de detidos

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Porto Canal com Lusa

Harare, 23 nov (Lusa) -- A organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch (HRW) pediu ao exército do Zimbabué para divulgar as identidades e o paradeiro dos detidos durante o levantamento militar que levou à demissão na terça-feira do Presidente Robert Mugabe.

A ONG de defesa dos direitos humanos falou com familiares do ministro das Finanças, Ignatius Chombo, que asseguraram que se encontra detido, tendo também confirmado a detenção do titular da pasta da Educação, Jonathan Moyo, apesar de ressalvar que o facto de ter retomado a atividade na rede Twitter após a renúncia de Mugabe pode querer dizer que estará de novo em liberdade.

"Os militares deviam esclarecer se efetuaram detenções no Zimbabué e entregar eventuais criminosos às autoridades civis pertinentes de acordo com a lei", afirmou o diretor da HRW para a África Meridional, Deva Mavhinga.

Nas informações que se seguiram ao levantamento militar, os 'media' locais noticiaram que também tinha sido detido pelo menos mais um ministro, bem como o 'número dois' dos serviços secretos e o líder juvenil do partido no poder.

As forças armadas do Zimbabué garantiram que as operações efetuadas visam precisamente "levar à justiça os criminosos" em torno de Mugabe, negando tratar-se de um golpe de Estado contra o Presidente que se demitiu na terça-feira ao fim de 37 anos no poder.

Nas escassas aparições públicas dos comandantes do exército não foram mencionadas detenções. Deva Mavhingou considerou que a incapacidade de confirmar o paradeiro dos detidos configura "um desaparecimento forçado que os coloca diante de um grande risco de sofrer abusos".

Até o paradeiro de Mugabe, de 93 anos, esteve envolto em mistério até o Presidente da África do Sul, Jacob Zuma, revelar que tinha falado com ele ao telefone e que o dirigente lhe tinha dito que estava em prisão domiciliária.

Para a HRW, a queda do regime de Mugabe, "um reinado de abusos", não devia ser marcada "por contínuas violações dos direitos humanos".

"O respeito pelo Estado de Direito e os processos adequados para quem quer que esteja sob prisão colocaria em evidência uma rutura com o passado", sublinhou Mavhinga.

Mugabe demitiu-se na terça-feira, ao fim de 37 anos no poder, na sequência do levantamento dos militares contra ele na semana passada, depois de ter destituído o vice-Presidente e aliado de longa data Emmerson Mnangagwa, com estreitas ligações aos militares.

Emmerson Mnangagwa, de 75 anos, vai suceder a Robert Mugabe na presidência do Zimbabué, tornando-se na sexta-feira no terceiro Presidente da história do Zimbabué, país que acedeu à independência em 1980 após a então Rodésia de Ian Smith.

DM (JSD) // EJ

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