Web Summit: Ativistas fazem intervenção contra exploração de petróleo e gás
Porto Canal com Lusa
Redação, 09 nov (Lusa) -- Cerca de meia centena de ativistas realizaram uma intervenção pacífica com tricô, danças e distribuição de panfletos hoje no Parque das Nações para dizer "não à exploração de petróleo e gás" em Portugal.
No último dia da conferência tecnológica Web Summit alguns ativistas faziam tricô e croché para evitar uma subida de 2.º Celsius nas temperaturas globais, valor entendido pela comunidade científica internacional como o ponto de "não retorno para as catástrofes climáticas", revelou a organização da campanha Linha Vermelha, envolvida na intervenção, em comunicado.
De acordo com a representante do Centro Internacional de Pesquisa Para a Paz, presente nas imediações da Web Summit, Isabel Rosa, a demonstração foi realizada hoje porque durante a conferência tecnológica esteve presente Al Gore e, como tal, o objetivo foi associar o discurso do ecologista com a "não perfuração do petróleo e gás natural na costa portuguesa".
Os ativistas querem impacto e que as pessoas tenham cada vez "mais consciência" de que estamos num momento de transição, porque "há muita energia solar em Portugal que não é aproveitada", visto que os portugueses não usam "nem um terço" da energia solar, disse a representante à Lusa.
Isabel Rosa admitiu hoje que os cidadãos não podem explorar tanto a Terra, porque é como se se estivessem a explorar a eles próprios e alertou que "para sobrevivermos neste planeta" temos de transitar para as energias renováveis, tais como a solar, geotérmica, do vento e do mar.
Em nome das gerações futuras, insistem que os combustíveis fósseis devem permanecer debaixo do chão, visto que "Portugal pode e deve ser um País pioneiro nessa prática e um exemplo para a transição energética", afirmou a responsável num comunicado enviado à Lusa.
A campanha Linha Vermelha, representada por João Costa, está a desenvolver uma linha vermelha em tricô porque é um material reaproveitável e, com todo o trabalho manual desenvolvido, no fim da campanha, a ideia é "reaproveitar e fazer mantas e cachecóis".
O objetivo desta campanha é que os cidadãos percebam o quão "grave" se continuarem a explorar os combustíveis fósseis.
Com este projeto, João Costa pretende construir, com a ajuda dos seus ativistas, cerca de 52 quilómetros de linha vermelha feita através de trabalho manual.
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