Portugal compra quase o dobro da sardinha que vende a Espanha

| Economia
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 04 nov (Lusa) -- Espanha é o principal parceiro de Portugal no comércio de sardinha, mas a balança comercial ainda é deficitária, pois nos oito primeiros meses deste ano as importações representaram quase o dobro das exportações.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) facultados à agência Lusa, nos oito primeiros meses de 2017, as vendas para Espanha ultrapassaram as 4,3 mil toneladas de sardinhas - frescas e congeladas - (7,8 milhões de euros), traduzindo um acréscimo de 1,2 mil toneladas em relação ao mesmo período de 2016 (6,9 milhões de euros).

No mesmo período, Espanha vendeu a Portugal oito mil toneladas (numa descida de 405 toneladas face a 2016).

Nestas contas, com dados provisórios de 2016 e preliminares de 2017, destaca-se a maior quantidade de produto fresco ou refrigerado vendido a Espanha em relação ao congelado.

Em todo o ano passado, exportaram-se para Espanha mais de 5,2 mil toneladas, o que correspondeu a mais de 10 milhões de euros, com destaque para a sardinha fresca, que representou quase 3,9 mil toneladas (8,7 milhões de euros).

Apenas quanto à sardinha fresca, até agosto de 2017, depois da líder Espanha (3,2 mil toneladas, contra 2,7 mil toneladas em 2016), quem comprava mais a Portugal eram os Estados Unidos (quase 51 toneladas), seguidos pela França (24 mil), invertendo a ordem do período homólogo de 2016, quando os franceses somavam 62 toneladas e os norte-americanos 51,5 toneladas.

Na comparação com o período de janeiro a agosto de 2016, regista-se ainda que, em volume, Portugal aumentou as exportações deste género fresco para Espanha, Luxemburgo, Itália e Reino Unido, passando ainda a vender para a República Democrática do Congo e anulou a venda para os Países Baixos.

Até agosto de 2017, Espanha recebeu 1,1 mil toneladas de sardinha congelada portuguesa (contra 368 toneladas em 2016), seguindo-se o Canadá, França, Estados Unidos, Suíça e Macau. Em relação ao mesmo período de 2016, notam-se as 'estreias' na lista das exportações da Croácia, Cuba, Paraguai, Uruguai, Curaçau e Tailândia.

O INE indicou que este ano, até agosto, não tinham sido registadas exportações, ao contrário de 2016, para a China, Antígua e Barbuda, Malta, Tunísia, Emirados Árabes Unidos e Maurícia.

Espanha vendeu a Portugal, até agosto deste ano, oito mil toneladas, menos 405 toneladas face a 2016. Na totalidade de 2016, foram importadas quase 17 mil toneladas.

No género fresco ou refrigerado, foram compradas nos primeiros oito meses do ano a Espanha três mil toneladas (3,4 mil toneladas em 2016), seguindo-se a Croácia (254 toneladas contra 60 no ano passado). Entraram nesta lista França, Grécia e Itália, saindo a Letónia.

Já na importação da sardinha congelada, Espanha lidera este ano com 5,04 mil toneladas (5,03 mil em 2016), surgindo depois Marrocos, (2,7 mil toneladas em 2017 contra 3,7 mil toneladas em 2016) e França (1,2 mil toneladas contra 591 toneladas no ano passado).

Na comparação com os primeiros oito meses de 2016, entrou na lista a Grécia e saíram a Itália e a Letónia.

Ao contrário das restantes quotas de pesca, atribuídas pela União Europeia, as da sardinha são geridas e fixadas por Portugal e Espanha, com base nos pareceres do Conselho Internacional para a Exploração dos Mares (ICES, na sigla inglesa), que tem recomendado uma drástica redução das pescas para travar o declínio do 'stock'.

Em 20 de outubro, o ICES recomendou a suspensão da pesca da sardinha em Portugal e Espanha em 2018, mas apontou, contudo, vários cenários de limites de capturas, estabelecendo como máximo as 24.650 toneladas.

Dias depois, a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, admitiu que os limites de captura de sardinha para Portugal e Espanha possam ultrapassar as 14 mil toneladas, quando em 2017 foram de 17 mil toneladas.

PL // CSJ

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