Cabo Verde: ONU defende diversificação económica em pequenos Estados insulares

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Porto Canal com Lusa

Praia, 17 out (Lusa) - A subsecretária geral das Nações Unidas lembrou hoje que os ganhos de desenvolvimento de anos podem desaparecer em horas, instando países como Cabo Verde a apostarem na resiliência e diversificação económica para enfrentar eventuais catástrofes.

"Cabo Verde enfrenta os desafios de um pequeno país insular de rendimento médio com muitas vulnerabilidades e cada vez menos ajudas. Temos as recentes das catástrofes na Dominica, Barbuda e Porto Rico como exemplos de países de rendimento médio muito vulneráveis. Na Dominica perdeu-se 200 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em seis horas", disse Fekitamoeloa Katoa Utoikamanu.

Para a responsável das Nações Unidas, que é também a Alto Representante para os Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento, os recentes acontecimentos nessas regiões mostraram que, mesmo em países de rendimento médio, "uma catástrofe natural pode apagar todos os ganhos de desenvolvimento num curto período".

Por isso, a solução passa por "construir resiliência e diversificar" a economia para que quando o país se deparar com estes "choques externos" consiga "lidar com eles", adiantou.

Fekitamoeloa Katoa Utoikamanu está em Cabo Verde a representar o secretário-geral da ONU, António Guterres, no IV Fórum Mundial de Desenvolvimento Económico Local, que esta tarde arranca na capital cabo-verdiana.

Mais de 80 países, incluindo Portugal, marcam presença no evento, que conta mais de dois mil participantes e 190 conferencistas.

Uma organização conjunta do Governo de Cabo Verde, de uma rede de global de cidades e governos locais e das Nações Unidas, o fórum decorre até sexta-feira, para promover o diálogo internacional e troca de experiências sobre os desafios do desenvolvimento local entre autarquias, governos regionais, organizações locais e setor privado.

Portugal estará representado pelo vice-presidente do Instituto Camões, Gonçalo Teles Gomes, pelo investigador e professor do ISCTE, Roque Amaro, e por representantes da Associação para o Estudo e Defesa do Património Natural e Cultural do Concelho de Mértola e da Câmara Municipal de Loures.

A participação portuguesa, que se esperava mais significativa atendendo às relações entre os dois países, foi penalizada pela realização das eleições autárquicas em Portugal aquando da mobilização dos participantes para o fórum, explicaram à agência Lusa fontes da organização e da embaixada de Portugal em Cabo Verde.

Cerca de 75% dos participantes são de Cabo Verde, sendo Espanha, Senegal, Marrocos, Equador e Bolívia as delegações estrangeiras mais representativas.

Entre os países lusófonos, participam ainda Angola, Brasil, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe.

Da Europa vêm representações da Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Bélgica e Luxemburgo, entre outros, enquanto do continente africano chegam membros de países como a África do Sul, Nigéria, Mali ou o Quénia.

Estados Unidos, Canadá, Índia, China, Arábia Saudita e México são outros países presentes no fórum, que conta também com a participação de países como Belize, Comoros, Haiti ou Jamaica, parceiros de Cabo Verde na Aliança dos Pequenos Estados Insulares, criada na década de 1990 e que reúne cerca de 40 pequenos países formados por ilhas.

O fórum é coorganizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, pela Organização Internacional do Trabalho, pelo Fundo Andaluz de Municípios para a Solidariedade Internacional e pela União de Governos e Cidades Locais, entre outras entidades.

Durante a quarta edição estarão em debate temas como a coesão e integração territorial, economias inclusivas e sustentáveis, padrões de urbanização inclusivos e sustentáveis, sociedades resilientes e pacíficas e pequenos Estados insulares em desenvolvimento

O fórum visa facilitar o diálogo e promover intercâmbios sobre o Desenvolvimento Económico Local (DEL), bem como encorajar a cooperação e promover ações conjuntas visando a promoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2030, das Nações Unidas.

A organização estima um impacto financeiro para a economia local de cerca de 600 mil euros em transportes, alojamento, alimentação, comunicações e lazer.

Com as anteriores edições do fórum com orçamentos próximos dos 500 mil euros, a edição cabo-verdiana terá um orçamento de quase 750 mil euros, inflacionado pelos custos de trazer interpretes de francês, inglês e português, do estrangeiro, por não haver em Cabo Verde profissionais suficientes para dar resposta a um encontro desta dimensão.

CFF // EJ

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