Secretário-geral do Fórum Oceano defende reforço entre investigação e empresas

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Porto Canal com Lusa

Porto, 11 out (Lusa) - O secretário-geral do Fórum Oceano, Rui Azevedo, considerou hoje que deve haver um reforço na ligação entre a investigação e as empresas, durante um evento no Porto sobre os desafios da engenharia marítima.

Rui Azevedo disse acreditar que é "fundamental passar do conhecimento para a atividade económica", mas "Portugal tem tido alguma dificuldade em conseguir isso".

Para o secretário-geral é igualmente necessário investir de forma significativa na engenharia marítima "agregar vontades" e estabelecer uma "forte cooperação entre os atores" para ultrapassar os "exigentes desafios" que se sentem nessa área.

Rui Azevedo falava à Lusa à margem do Fórum de Outono 2017, evento promovido pelo Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), que decorre na Biblioteca Almeida Garrett, no Porto, subordinado ao tema "A Engenharia Oceânica: desafios e oportunidades".

O secretário-geral do Fórum Oceano é um dos oradores numa sessão sobre os desafios que nos setores dos portos e dos transportes marítimos, a nível económico, social, tecnológico e ambiental.

De acordo com o responsável, o que se pretende neste debate é explorar a forma como "as alterações demográficas, o crescimento económico, o desenvolvimento das tecnologias e as modificações nos empregos e na formação vão interferir com o futuro" desses setores.

Rui Azevedo considerou que atualmente as energias renováveis marinhas constituem um dos maiores desafios, devido à crescente necessidade de instalar plataformas no mar para a sua exploração, que podem ser também utilizadas para outras atividades, como a aquacultura.

Segundo o responsável, é preciso construir e monitorizar essas plataformas e desenvolver embarcações de apoio ao seu funcionamento, o que implica inovação ao nível de materiais, de processos e de tecnologias.

A exploração do mar profundo, embora ainda "muito incipiente", é outras das áreas que coloca mais desafios à engenharia marítima.

"Há apenas um projeto piloto a nível mundial para exploração do mar profundo, no [oceano] Pacífico. Esta não é matéria fácil porque o ambiente do mar profundo é extremamente inóspito, havendo quem considere que é um ambiente mais inóspito do que aquele que se encontra no espaço", afirmou o presidente do Fórum Oceano.

O responsável apontou a necessidade de reduzir a emissão de gases com efeito de estufa produzidos pelos transportes marítimos, com recurso à propulsão elétrica ou a novos combustíveis.

"Isso tem implicações na engenharia, no que respeita à construção de novas embarcações, que correspondam aos requisitos dos novos meios de propulsão e combustíveis", disse.

O que obriga também à atualização tecnológica e material dos portos, permitindo-lhes abastecer esse tipo de navios, acrescentou.

Rui Azevedo adiantou que as questões relacionadas com os navios autónomos, que não necessitam de pilotagem, com as comunicações entre os navios e a terra e com as operações que se realizam nos terminais, são outros dos tópicos debatidos durante o evento.

"A vocação marítima que Portugal tem é quase um imperativo. Há que aproveitar a posição geoestratégica, a Zona Económica Exclusiva e os projetos de expansão da plataforma continental para desenvolver as atividades nesta área, sendo preciso, para isso, de tecnologia, de engenharia, de conhecimento e de inovação", afirmou.

Segundo o responsável, "há um caminho a ser trilhado e cujos resultados se verão a médio prazo", reconhecendo que "os processos são demorados, exigentes e complexos".

O Fórum INESC TEC do Outono 2017, que engloba ainda uma sessão sobre energia, conta perto de 200 participantes, entre os quais representantes das empresas EDP, VESTAS, Wavec, A. Silva Matos, Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL), Transinsular, Arsenal do Alfeite e Alma Design.

Elementos do INESC TEC e do Fórum Oceano fazem igualmente parte desta iniciativa, cujo encerramento está a cargo do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor.

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