Fusão de agrupamentos contestada à porta da escola de Vila Praia de Âncora

| Norte
Porto Canal / Agências

Caminha, 06 jun (Lusa) - Pais e alunos de Vila Praia de Âncora protestaram hoje de manhã, à porta da escola daquela freguesia, contra a fusão dos dois agrupamentos do concelho de Caminha, que vai reunir mais de dez escolas e 1.800 alunos.

"Fica em causa a qualidade dos projetos educativos, que foram avaliados pelo ministério da Educação como de qualidade e de referência. Os dois agrupamentos funcionam bem como estão, numa lógica de proximidade, e a fusão nem sequer vai trazer poupanças, pelo contrário", disse à agência Lusa um dirigente da Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola Básica de Vila Praia de Âncora.

Segundo Pedro Ribeiro, o protesto realizado hoje à porta daquele estabelecimento, que juntou vários pais e alunos, pretendia reclamar um estatuto de "exceção" para a fusão dos dois agrupamentos de Caminha, decidida pelo Ministério da Educação.

"Questionamos a tutela sobre as melhorias pedagógicas e as poupanças que dizem que a fusão vai representar, mas até hoje não tivemos um esclarecimento cabal. Até porque isso não corresponde à verdade, já que não levaram em conta o peso da escola [Vila Praia de Âncora] na aquisição de serviços e produtos locais ou pelas deslocações necessárias à sede do agrupamento", sublinhou ainda.

Em causa está a fusão do Agrupamento Vertical de Escolas do Vale do Âncora, com quatro estabelecimentos escolares e mais de 600 alunos, com o Agrupamento de Escolas de Coura e Minho, que integra nove escolas e 1.200 alunos.

"Nem tomaram em conta que esta escola de Vila Praia de Âncora é diferente das que o Estado construiu pelo país. Nasceu há 50 anos do esforço da população, que adquiriu e trabalhou os terrenos para depois instalar aqui os primeiros prefabricados. Uma identidade como esta não se destrói por decreto", apontou Pedro Ribeiro.

Ao protesto, concretizado com palavras de ordem e cartazes, juntaram-se os autarcas da Junta de Freguesia de Vila Praia de Âncora e da Câmara Municipal de Caminha, esta última que já avançou com uma providência cautelar para tentar suspender a fusão.

"Não entendemos nem aceitamos esta fusão. Ambos os agrupamentos estavam a funcionar bem, quantos mais alunos e professores estiverem no mesmo, mais difícil será manter a relação de proximidade. Num agrupamento maior, como este, isso vai desaparecer", afirmou Flamiano Martins, vice-presidente da Câmara de Caminha (PSD), que integrou o protesto da manhã de hoje.

A fusão, agora concretizada com a nomeação de uma comissão instaladora, já tinha sido admitida em 2010, com o anterior Governo, e desde essa altura, recordou Flamiano Martins, que têm o pelouro da Educação na autarquia, essa proposta já mereceu moções de repúdio da Câmara e da Assembleia Municipal, bem como "inúmeros pareceres negativos" de entidades como o Conselho Municipal de Educação, conselhos gerais dos dois agrupamentos de escolas, Juntas de Freguesia e das associações de pais.

Também os docentes já elaboraram abaixo-assinados, entretanto enviados para a Direção Regional de Educação do Norte, contestando a fusão.

PYJ // JGJ

Lusa/fim

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