Organização Médicos Sem Fronteiras pede ajuda urgente para população 'rohingya' na Birmânia
Porto Canal com Lusa
Madrid, 18 set (Lusa) -- A organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras (MSF) pediu hoje o "acesso urgente" e "sem entraves", ao estado birmanês de Rakhine, de entidades que prestam ajuda humanitária para auxiliar a população.
O pedido, realizado em comunicado, tem lugar durante as operações militares iniciadas no passado dia 25 de agosto em Rakhine, quando teve início uma nova vaga de violência no estado de Rakhine.
Pelo menos 389 mil 'rohingya' cruzaram a fronteira para o Bangladesh desde 25 de agosto, altura em que a violência escalou após uma ofensiva militar lançada na sequência do ataque, nesse dia, contra três dezenas de postos da polícia efetuado pela rebelião, o Exército de Salvação do Estado Rohingya, que defende os direitos daquela minoria muçulmana.
"Quem está a atravessar a fronteira desde então vive agora em conduções extremamente precárias e tem um acesso muito limitado a cuidados médicos, a água potável (...) e a alimentos", sublinhou a MSF.
A organização não-governamental disse que "centenas de milhares de pessoas ainda estão no norte de Rakhine e não têm qualquer tipo de ajuda humanitária".
Benoit De Gryse, responsável de operações da MSF para a Birmânia, disse que "tudo leva a crer que a Birmânia está a avançar em direção a um novo 'modus operandi', com o qual pretende que a ajuda humanitária esteja sob o controle exclusivo do governo", o que se poderá traduzir em "restrições administrativas e de acesso ainda mais severas do que as atuais".
O Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas tem previsto discutir hoje, em Genebra, as violações dos direitos humanos na Birmânia.
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