Associação Zero exige que Governo aceite diminuir meta europeia de biocombustíveis

| Política
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 16 set (Lusa) - A associação ambientalista Zero exige que o Governo aceite diminuir a meta europeia de biocombustíveis provenientes de culturas alimentares, lembrando que as atuais políticas de biocombustíveis fazem aumentar o preço dos alimentos.

Os ambientalistas da Zero frisam que há mais de 100 estudos científicos que confirmam um aumento dos preços dos alimentos devido ao crescimento da procura de biocombustíveis produzidos a partir de culturas alimentares.

Num comunicado hoje divulgado, a Zero nota que o aumento da procura de biodiesel teve "um grande impacto nos preços dos óleos vegetais na União Europeia, como a colza, óleo de palma, soja e girassol".

No total, houve um aumento de 171% no preço dos óleos vegetais só no período da crise alimentar, entre 2006 e 2008, notou à agência Lusa o dirigente da Zero, Francisco Ferreira.

"Os aumentos nos preços dos alimentos a nível mundial têm um elevado impacto, em especial nas populações mais pobres nos países em desenvolvimento", refere a Zero.

O Parlamento Europeu e os estados-membros da União Europeia estão atualmente em processo de rever uma proposta da Comissão Europeia para rever a legislação europeia sobre energias renováveis.

A ideia é que, até 2030, o limite do consumo de biocombustíveis de culturas alimentares para consumo humano e animal passe de 7% para 3,8% no consumo final de energias nos transportes rodoviários e ferroviários.

Um novo estudo citado pelos ambientalistas estima que em 2030 os óleos alimentares seriam 8% mais baratos se a Europa eliminasse a produção de biocombustíveis com base em culturas alimentares até essa data.

A associação Zero quer que o Governo português aceite a diminuição em debate na Europa, mas Portugal tem manifestado o seu desacordo.

Os argumentos do Governo vão no sentido de alertar para o investimento que tem sido feito pelas empresas em instalações para produzir biocombustíveis considerados de primeira geração, defendendo que se mantenha em 7% a meta de produção de biocombustíveis.

Para a Zero, estas instalações de primeira geração têm um período de recuperação do seu investimento de cinco a 10 anos, considerando assim que no final deste ano já estarão pagas 95% das instalações construídas em 2012.

Os ambientalistas alegam ainda que está já a haver um desinvestimento nas instalações de produção de biocombustíveis de primeira geração, tendo caído de 250 em 2010 para 237 em 2015 as instalações que produzem o biocombustível de primeira geração mais comum na União Europeia.

ARP // PJA

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