Candidatos do PS assinaram compromisso metropolitano do Porto
Porto Canal com Lusa
Porto, 26 jul (Lusa) -- Os candidatos socialistas às 17 câmaras da Área Metropolitana do Porto assinaram hoje um compromisso para implementar após as autárquicas, visando dar legitimidade eleitoral à instituição e influenciar a gestão dos fundos comunitários com uma agência na Comissão Europeia.
"Estamos muito confiantes de que o PS vai voltar a liderar a Área Metropolitana do Porto (AMP) nas próximas autárquicas e este compromisso é a base de um programa metropolitano que propomos implementar a partir de outubro, para dar à AMP legitimidade eleitoral própria e competências nas áreas social, económica, da mobilidade e ambiente", descreveu Manuel Pizarro, líder da Federação Distrital do PS/Porto e candidato do PS à autarquia portuense.
De acordo com o socialista, a criação de uma agência da AMP em Bruxelas, junto da Comissão Europeia (CE), pretende tornar os municípios "mais proativos" e com capacidade de "influenciar" a distribuição de fundos comunitários, atuando "já para financiar a ampliação da rede de metro".
"Temos de ser capazes, já, de começar a influenciar a construção do Quadro Comunitário de Apoio que começa em 2020 para financiar a rede de metro, em vez de esperar de forma passiva para depois reclamar. Temos de ser muito mais proativos e influenciar", frisou Manuel Pizarro.
"Se queremos apostar numa ampliação da rede de metro suscetível de ser financiada por fundos comunitários, temos de o fazer agora", notou.
A AMP é composta por 17 municípios, seis dos quais atualmente liderados por eleitos pelo PS, designadamente em Vila Nova de Gaia, Gondomar, Valongo, Santo Tirso, Arouca e Vila do Conde.
Para além destes concelhos, integram a AMP os concelhos de Espinho, Maia, Matosinhos, Oliveira de Azeméis, Paredes, Porto, Póvoa de Varzim, Santa Maria da Feira, São João da Madeira, Trofa e Vale de Cambra.
Todos os candidatos do PS a estes municípios subscreveram o documento que tem por base uma "maior legitimidade da AMP, ganha em eleições, seja qual for o modelo", descreveu Pizarro.
No documento, ficou consagrada a "criação de verdadeiras autarquias metropolitanas, com legitimidade eleitoral própria", algo que os autarcas recusam ser contraditório com "a luta pela regionalização administrativa".
Os candidatos comprometeram-se a estabelecer um "diálogo firme com o Governo de modo a consensualizar propostas de eleição da autarquia metropolitana" e "reclamando autonomia administrativa e financeira".
De acordo com Pizarro, as "quatro áreas essenciais para as quais deve haver dimensão metropolitana" são o "Desenvolvimento Económico e Investimento", a "Mobilidade e Transportes", o "Ambiente" e o "Ecossistema Social".
No setor económico, os candidatos comprometem-se a aplicar "os maiores esforços" na capacidade de atração de investimento, dando "escala àquilo que alguns municípios já vão fazendo", indicou o socialista.
Quanto à mobilidade, Pizarro referiu a necessidade de "reduzir o uso do automóvel e apostar muito mais nos transportes públicos", indicando a "ambição de criar uma solução metropolitana de bicicletas e carros elétricos partilhados".
Relativamente ao ambiente, o líder distrital do PS afirmou a intenção de transformar a AMP "num território líder em matéria de proteção contra incêndios", assumindo "a liderança no país sob o ponto de vista do reordenamento da floresta".
As "políticas sociais integradas" também fazem parte do "Compromisso Metropolitano", onde os autarcas se comprometeram a "contribuir de forma decisiva para a redução acentuada das desigualdades" da AMP, descreveu Pizarro.
A elaboração de uma Carta Social Metropolitana que defina prioridades e forneça um "mapeamento integrador das respostas sociais" é uma das intenções dos candidatos socialistas.
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