Lista do Património Mundial conta com 21 novos sítios, dois deles em Angola e Brasil
Porto Canal com Lusa
Varsóvia, 12 jul (Lusa) -- O Comité do Património Mundial da UNESCO, reunido em Cracóvia, na Polónia, encerrou hoje os seus trabalhos, tendo aprovado 21 novos monumentos na lista do Património Mundial, que passa a contar com 1.073 sítios de interesse da humanidade.
Angola figura pela primeira vez na lista, com o centro histórico da cidade de Mbanza Congo, na província do Zaire, assim como a Eritreia, com a inscrição do centro histórico da sua capital, Asmara, localizada a 2.000 metros acima do nível médio das águas do mar.
Do Brasil, foi classificado o Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, ligado ao tráfico de escravos.
Mbanza Congo, situada a 570 metros de altitude, a antiga capital do Reino do Congo "revela, mais do que em qualquer outro local na África subsaariana, as profundas mudanças causadas pela introdução do cristianismo e a chegada dos portugueses à África central", segundo o comité.
Asmara, que foi uma fortificação colonial italiana, é, segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), "um exemplo excecional do urbanismo modernista precoce, no início do século XX, e sua aplicação num contexto africano".
Entre as paisagens naturais classificadas na reunião em Cracóvia, no sul da Polónia, contam-se o Parque Nacional de Los Alerces, na Argentina, Qinghai Hoh Xil, na China, e a zona montanhosa de Dauria, na Mongólia e na Rússia.
A lista do Património Mundial da UNESCO passa ainda a contar com a paisagem cultural do povo Khomani, na África do Sul, as grutas e a arte do período glaciar na cordilheira de Jura, na região alemã da Suávia, a região dos templos Sambor Prei Kuk, na provincia cambodjana de Kampong Thom, a ilha chinesa de Kulangsu, que inclui mansões de estilo europeu, e onde não circulam nem carros nem bicicletas, e a comuna de Taputapuatea, na Polinésia Francesa, na Oceânia.
Passaram também a fazer parte desta lista as fortificações da antiga República Veneziana, do século XV ao XVII, nas costas da Croácia, Montenegro e Itália, a região de Kujataa, na ilha dinamarquesa da Gronelândia, a cidade de Ahmedabad, antiga capital de Gujarat, na Índia, e atualmente sede do distrito, a cidade de Yazd, no Irão, a ilha japonesa de Okinoshima, a Cidade Velha de Hebrón, na Palestina, a cidade polaca de Tarnowskie Góry e respetivas minas, no condado de Tarnogórsk, a região montanhosa dos Lagos Ingleses, no noroeste do Reino Unido, a Catedral da Assunção, na ilha-cidade de Sviyazhsk, na Rússia - que se destaca pelas suas cinco cúpulas douradas em forma de bolbo, tendo no seu interior frescos do século XVI -, e ainda as ruínas da cidade helénica de Afrodisias, atualmente na cidade turca Cária.
A reunião decidiu ainda alargar a área de classificação de alguns sítios, nomeadamente, as florestas primitivas de faias nos Cárpatos e noutras regiões europeias, designadamente Albânia, Áustria, Bélgica, Bulgária, Croácia, Eslovénia, Espanha, Itália, Roménia e Ucrânia.
Foi também alargada a classificação a edifícios representativos da Bauhaus, escola de "design", artes plásticas e arquitetura na década de 1920, na Alemanha, com a inclusão de projetos construídos em Weimar, Dessau e Bernau, na Alemanha, o Complexo W-Arly-Pendjari, nas repúblicas do Benin e do Burkina Faso, antigo Parque Natural do Níger, e ainda o centro histórico em redor da Catedral de Estrasburgo, em França.
O Centro Histórico de Viena passa a fazer parte da Lista do Património Mundial em Perigo, enquanto a Cidade Velha de Hebron/Al-Khalil, na Palestina, foi simultáneamente inscrita na Lista do Património Mundial e na de Património em Perigo, que passa assim a contar com 54 sítios.
O Comité do Património Mundial aprovou igualmente a saída da lista do Património Mundial em Perigo do Parque Nacional de Simien, na Etiópia, do Mosteiro de Ghélati, na Geórgia, e do Parque Nacional de Comoé, na República da Costa de Marfim.
A candidatura "Lisboa Histórica, Cidade Global", por seu turno, foi incluída na lista indicativa a Património Mundial, pela UNESCO.
Para a câmara da capital este é "o primeiro passo" para uma proposta a Património da Humanidade.
"A área proposta corresponde ao plano de reconstrução da cidade [dirigido pelo marquês de Pombal], aprovado em 1758, incluindo a Baixa Pombalina entre o antigo Terreiro do Paço (hoje Praça do Comércio), a colina do Chiado e a área adjacente ao rio" Tejo, segundo a autarquia.
NL // MAG
Lusa/Fim