Pedrógão Grande: Especialista do INEM defende que psicólogos no terreno são suficientes

| País
Porto Canal com Lusa

Pedrógão Grande, Leiria, 27 jun (Lusa) -- Uma especialista do INEM em situações de crise afirmou hoje que as equipas com psicólogos no terreno são suficientes e sublinhou que as pessoas também precisam de tempo e espaço para lidarem com a situação.

Sónia Cunha, responsável do Centro de Apoio Psicológico e Intervenção em Crise (CAPIC) do INEM, esteve no terreno a coordenar cerca de 60 psicólogos de várias instituições que estiveram a trabalhar num contexto de emergência até quinta-feira, na zona afetada pelo incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande, distrito de Leiria, e que provocou 64 mortos e mais de 200 feridos.

A partir desse momento, sublinha, deixa de haver uma necessidade de emergência, mas uma necessidade de continuidade dos cuidados, e, por isso, "não seria benéfico" continuarem 60 psicólogos no terreno.

"As pessoas têm de ter o seu tempo, a oportunidade de elas próprias alocarem e ativarem os seus recursos", explicou à agência Lusa Sónia Cunha, vincando que é importante "procurar a proatividade das pessoas", permitir-lhes que se consigam "reestruturar".

O papel dos psicólogos "é de apoio, de acompanhamento. Não implica que as pessoas tenham consultas diariamente".

Nesse sentido, as equipas multidisciplinares que estão no terreno - que contam com um psicólogo em cada uma - "são suficientes" para fazer o trabalho de continuidade.

"As pessoas regressaram aos seus lares ou a casas de familiares ou habitações provisórias. [A partir de quinta-feira] deixou de existir a necessidade de estabilização emocional, de intervenção psicológica das equipas de emergência", realça.

Porém, "não houve uma retirada do apoio psicológico. Houve uma passagem para uma fase seguinte. Aquilo que é importante é a tentativa de normalização da vida da comunidade. É importante as pessoas terem a possibilidade de se organizarem, de terem consciência das suas necessidades, de como se sentem".

Segundo Sónia Cunha, as necessidades nos primeiros momentos de resposta em situação de emergência passaram pela estabilização emocional, bem como pela localização de familiares, "que houve muitos desaparecidos".

"É necessário haver informação coerente, correta e idónea", sublinhou, considerando que, mesmo agora, é importante assegurar que a informação que corre "é fidedigna, porque tem impacto na comunidade".

Segundo Sónia Cunha, "circula muita informação e pode ter impacto e efeitos negativos sobre a população. Surgiu, ao longo dos dias, muita informação que não correspondia à verdade".

Em relação às situações de maior risco, a coordenadora do CAPIC sublinha que as equipas que estão no terreno, por terem um trabalho de proximidade, "vão estar atentas" a tais casos.

No entanto, a especialista sublinha que, apesar de todos os estímulos negativos associados a uma catástrofe, "as pessoas têm recursos para lidar com a adversidade".

"O que importa é ajudá-las a reativar esses recursos", defendeu, considerando que o papel do psicólogo não vai no sentido de criar "dependência, mas sim autonomia".

JYGA // SSS

Lusa/Fim

+ notícias: País

Jackpot de 166 milhões de euros sem vencedor mas prémios a caminho de Portugal

Não foi desta que o montante "chorudo" do Euromilhões foi atribuído. Para o sorteio 033/2024 desta sexta-feira estavam em jogo 166 milhões de euros.

151 milhões de euros em jogo: eis a chave do Euromilhões

Já são conhecidos os números e estrelas do sorteio de Euromilhões desta sexta-feira. Para o sorteio 033/2024 estão em jogo 151 milhões de euros, depois de não terem existido totalistas no sorteio de 23 de abril.

Libertados suspeitos de tráfico de droga e violência doméstica devido à greve dos oficiais de justiça

A greve dos funcionários judiciais levou a que mais cinco detidos tenham hoje sido colocados em liberdade por se ter esgotado o prazo para apresentação a interrogatório judicial, adiantou o Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ).