Irão quer aumentar exportações petrolíferas depois do fim das sanções

| Mundo
Porto Canal / Agências

Viena, 03 dez (Lusa) - O Irão pode retomar de imediato a sua capacidade plena de produção de petróleo se o conjunto de sanções ligadas ao seu programa nuclear forem levantadas, declarou hoje o ministro do Petróleo iraniano.

"Podemos retomar no imediato" a capacidade de produção do país, disse Bijan Namadar Zanganeh, em declarações aos jornalistas em Viena, onde terá lugar na quarta-feira uma reunião ministerial da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).

"Não há nenhuma dificuldade técnica que nos impeça de aumentar as nossas exportações e retomarmos uma produção petrolífera de 4 milhões de barris por dia, mas temos restrições políticas", afirmou.

O Irão exporta atualmente quase 1,2 milhão de barris por dia quando antes das sanções impostas pelos países ocidentais contra o seu controverso programa nuclear exportava 2,5 milhões.

Há uma semana, Teerão e o grupo 5+1 (Estados Unidos, Rússia, França, Reino Unido, China e Alemanha) alcançaram um acordo provisório que não levanta as sanções ligadas à exportação petrolífera. Abre, no entanto, caminho a negociações nos próximos seis meses tendo em vista um acordo definitivo que deve pôr fim a todas as sanções impostas ao Irão.

"Espero que possamos aumentar progressivamente as nossas exportações com base no acordo entre o Irão e o grupo 5+1, mas nesta fase não há nenhuma mudança oficial nas exportações por causa das restrições dos Estados Unidos", afirmou Zanganeh.

Alguns analistas têm manifestado dúvidas quanto à rapidez de o Irão retomar o seu nível normal de produção.

"A capacidade de produção efetiva do Irão deteriorou-se com anos de sanções no setor do petróleo", disse à France Presse Harry Tchilinguirian, do BNP Paribas.

Para os analistas do Crédit Suisse, serão necessários dois trimestres para que o Irão retome grande parte da sua capacidade de produção.

O ministro do Petróleo do Irão mostrou-se confiante quanto ao acolhimento dos outros membros da OPEP a um regresso em força do país ao mercado petrolífero.

"Quando um país membro (da OPEP) regressa ao mercado após um período de limitações, (os outros membros) compreendem que devem abrir as portas e não impedi-lo", declarou.

Para os analistas, a OPEP não deverá baixar o seu limite oficial de produção, apesar de o Iraque também ter anunciado que conta aumentar significativamente as exportações no próximo ano.

"É improvável que a OPEP ajuste o seu 'plafond' oficial de produção dado que é improvável que o Irão e o Iraque possam aumentar significativamente o seu contributo para a produção do grupo no próximo ano", disse Tchilinguirian.

Atualmente os países da OPEP produzem 30 milhões de barris por dia.

"O objetivo de 30 milhões de barris diários deve manter-se e, em função dos níveis de produção iraniano ou iraquiano no primeiro semestre, será sobretudo a Arábia Saudita (primeiro produtor mundial) a gerir a oferta e a defender os 100 dólares", preço do barril, explicou um outro analista, Andrey Kryuchenkov.

EO// ATR

Lusa/fim

+ notícias: Mundo

Acidente na Namíbia que matou duas portuguesas feriu outros 16 cidadãos nacionais

O acidente na Namíbia que na quarta-feira envolveu autocarros com turistas e provocou a morte a duas portuguesas provocou ferimentos em 16 outros cidadãos nacionais, seis dos quais inspiram algum cuidado, segundo o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.

OMS alerta para consumo de álcool e cigarros eletrónicos entre os jovens

Mais de metade dos adolescentes experimentaram álcool e um em cada cinco fumou recentemente cigarros eletrónicos, alertou esta quinta-feira o Escritório Regional Europeu da Organização Mundial de Saúde (OMS), num relatório sobre hábitos de saúde.

Secretário-geral da NATO pede mais investimento militar e mais apoio à Ucrânia

O secretário-geral da NATO pediu hoje aos países da aliança atlântica que aumentem os gastos militares devido às tensões com a Rússia, e criticou o facto de a Ucrânia não ter recebido a ajuda prometida nos últimos meses.