Tóquio vai criar um "telefone vermelho" com Londres e Washington -- imprensa
Porto Canal / Agências
Tóquio, Japão, 03 dez (Lusa) - O Japão vai criar um "telefone vermelho" com Londres e Washington com vista a reforçar a cooperação em matéria de segurança, após a entrada em funcionamento do seu novo Conselho de Segurança Nacional, noticia hoje a imprensa.
O parlamento japonês aprovou, na semana passada, a criação do Conselho de Segurança Nacional (NSC), inspirado no que existe nos Estados Unidos e que amplia os poderes do primeiro-ministro no capítulo da Defesa.
De acordo com o jornal Nikkei, Tóquio também pretende pedir à Austrália, França, Rússia, Alemanha, Índia e Coreia do Sul o estabelecimento de uma "linha direta" com o seu Conselho, com vista à concertação sobre dossiês como a Coreia do Norte ou a China ou até ao nível dos ciberataques.
Além do primeiro-ministro japonês, o novo Conselho será composto pelos ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa e pelo secretário-geral do Governo, dotado de poderes para tomar decisões de médio e longo prazo em matéria de Defesa, diplomacia e sobre questões relativas à segurança nacional.
Além disso, ainda segundo o diário económico, o Conselho vai contar, a partir de janeiro, com um secretariado de 60 pessoas com linhas dedicadas aos seus "correspondentes" de Londres ou Washington.
A entrada em funcionamento deste Conselho, desejado pelo atual chefe do Governo de direita, Shinzo Abe, após a sua chegada ao poder em dezembro de 2012, surge num contexto de tensão regional crescente, sobretudo com a China, devido à disputa territorial sobre ilhas no Mar da China Oriental.
A 23 de novembro, as autoridades chinesas instauraram, unilateralmente, uma "zona de identificação de defesa aérea", que cobre uma grande parte do Mar da China Oriental, entre a Coreia do Sul e Taiwan, espaço que inclui nomeadamente as ilhas Senkaku, que são administradas, de facto, por Tóquio, mas cuja soberania é reivindicada por Pequim, que as denomina de Diaoyu.
O vice-presidente norte-americano, Joe Biden, deverá abordar este dossiê, ainda hoje, em Tóquio, com o primeiro-ministro japonês, antes de rumar a Pequim, onde irá expressar os "receios" dos Estados Unidos relativamente à nova zona aérea e "pedir esclarecimentos" sobre a mesma às autoridades chinesas.
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