Costa recusa em absoluto sistema eleitoral com "bónus" para o partido vencedor

| Política
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 20 abr (Lusa) - O secretário-geral do PS recusou hoje em absoluto mudanças no sistema eleitoral para conceder bónus em mandatos ao partido vencedor e considerou "prematuro" o debate sobre se as eleições europeias e legislativas devem realizar-se em simultâneo em 2019.

António Costa falava aos jornalistas no final da sessão do 44.º aniversário do PS, em Lisboa, depois de confrontado com a ideia do líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, que defendeu a aplicação em Portugal de normas do sistema eleitoral grego, que atribui mandatos suplementares ao partido vencedor, facilitando assim a obtenção de maiorias absolutas.

"Manifestamente, um sistema que dê bónus na secretaria não faz sentido e seria inaceitável no plano democrático, além de ser inconstitucional, porque distorceria a proporcionalidade. Seria um sistema mau para a democracia", respondeu o líder dos socialistas.

Ainda sobre a posição de Luís Montenegro, António Costa deixou uma sugestão: "Ao fim destes anos todos era bom que nos habituássemos a viver com um sistema eleitoral que assegure e respeite escrupulosamente a proporcionalidade".

Para o secretário-geral do PS, o sistema eleitoral em vigor em Portugal "pode e deve ser melhorado", designadamente em termos de personalização dos mandatos e aproximação entre eleitos e eleitores".

"Mas não será nesta legislatura, porque isso faz parte dos acordos de Governo" celebrados em novembro de 2015 pelo PS com o Bloco de Esquerda, PCP e "Os Verdes".

António Costa também secundarizou a questão da necessidade de uma reforma do sistema eleitoral, alegando que "não há um problema de governabilidade em Portugal".

"Há muitos anos que têm sido encontradas formas variadas de governos com apoio maioritário na Assembleia da República, ou porque há maioria absoluta, ou porque há soluções parlamentares que asseguram a governabilidade", acrescentou.

Questionado sobre a possibilidade de as eleições europeias e legislativas de 2019 se realizarem no mesmo dia, o líder do PS respondeu: "Acho que é prematuro estarmos com essa discussão neste momento".

PMF // JLG

Lusa/fim

+ notícias: Política

“Não há condições políticas” para regresso do Serviço Militar Obrigatório, garante ministro da Defesa

O ministro da Defesa Nacional admitiu que “hoje não há condições políticas” para voltar a impor o Serviço Militar Obrigatório (SMO), sugerindo que os jovens que optem pelas Forças Armadas tenham melhores condições de entrada na universidade ou função pública.

"Acabarei por ser inocentado", diz Galamba sobre caso Influencer

O ex-ministro das Infraestruturas, João Galamba, disse esta sexta-feira que acredita que vai ser inocentado no processo Influencer e discorda que a Procuradora-Geral da República, Lucília Gago, deva prestar esclarecimentos no Parlamento.

25 de Abril. Eanes afirma que PCP tentou estabelecer regime totalitário

O antigo Presidente da República António Ramalho Eanes afirmou esta sexta-feira que durante o Período Revolucionário em Curso (PREC) o PCP se preparava para estabelecer um regime totalitário em Portugal e considerou que a descolonização foi trágica.