Zona euro deverá crescer 1,7% em 2017

| Economia
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 18 abr (Lusa) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) espera que a zona euro cresça 1,7% em 2017, revendo ligeiramente em alta a última projeção, e que cresça um pouco menos no próximo ano, antecipando um crescimento de 1,6%.

No 'World Economic Outlook', o documento em que a instituição de Christine Lagarde atualiza as previsões económicas para vários países, o FMI antecipa ainda que a taxa de desemprego seja de 9,4% em 2017 e de 9,1% em 2018, que a taxa de inflação seja de 1,7% este ano e de 1,5% no próximo e que as contas com o exterior correspondam a 3,0% do Produto Interno Bruto (PIB) em cada um dos anos.

As tendências do crescimento económico são, no entanto, divergentes entre os países: na Alemanha deverá desacelerar (dos 1,6% em 2017 para os 1,5% em 2018), tal como em Espanha (dos 2,6% em 2017 para os 2,1% em 2018), Itália deverá manter o mesmo ritmo de crescimento nos dois anos (0,8%), mas França deverá acelerar (dos 1,4% este ano para os 1,6% no próximo).

Sublinhando que a recuperação da zona euro deverá prosseguir até 2017 "a um ritmo similar ao de 2016", o FMI considera que deverá ser apoiada por uma orientação orçamental "ligeiramente expansionista", por condições financeiras flexíveis, por um euro que se espera fraco e pelos efeitos de contágio benéficos de um estímulo orçamental nos Estados Unidos, que "é provável".

Além disso, também "a incerteza política" em vários países onde vai haver eleições e a "incerteza sobre a relação futura da União Europeia com o Reino Unido" pesam na evolução da atividade económica da zona euro.

Sobre o médio prazo, o Fundo considera que as perspetivas "continuam sombrias", já que o crescimento potencial esperado pode ser travado pela "fraca produtividade", pela "evolução demográfica adversa" e, em alguns países, pelo "legado de problemas de dívida pública e privada por resolver, com um elevado nível de crédito em incumprimento".

Relativamente aos preços, a taxa de inflação na zona euro deverá aumentar para os 1,7% em 2017 (depois de ter sido de 0,2% em 2016), o que refletirá em parte os efeitos dos preços da energia e da alimentação.

Mas a instituição deixa um aviso: a taxa de inflação que exclui os bens cujos preços são mais voláteis (caso dos produtos energéticos) "continua fraca" e a diferença entre o crescimento observado e o crescimento potencial "continua negativa" e, por isso, o objetivo do Banco Central Europeu (BCE), de manter uma taxa de inflação perto mas abaixo de 2%, só deverá ser alcançado "em 2022".

Nas recomendações, o FMI refere que, por isso, "o BCE deve manter a atual política monetária acomodatícia" e defende que "pode ser preciso um alívio adicional" se a inflação não aumentar como se espera.

Além disso, o Fundo sublinha que a política monetária será mais efetiva se for acompanhada de outras medidas, nomeadamente para "limpar os balanços [dos bancos], reforçar o setor financeiro, usar a margem orçamental quando disponível e acelerar as reformas estruturais".

Em matéria orçamental, a instituição volta a insistir que, nos países em que é necessária consolidação, "ela deve ser implementada de forma gradual e amiga do crescimento" e que, nos países com margem, "tais como a Alemanha", a política orçamental deve ser usada para "aumentar a capacidade produtiva e a procura", já que isso iria ajudar a "reduzir os seus excedentes comerciais, apoiar o reequilíbrio interno na zona euro e gerar efeitos de contágios positivos na procura".

A aposta nas reformas estruturais e a integração dos refugiados no mercado de trabalho estão também entre as recomendações do FMI.

ND // MSF

Lusa/fim

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