Papa critica "estilo católico do passado" e quer Igreja mais fiel ao Evangelho

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O papa Francisco apelou hoje para uma reforma da Igreja, criticando os que estão ligados a "um certo estilo católico do passado" e têm "uma visão ostentatória da liturgia" sem se preocuparem em responder as necessidades das comunidades.

Na exortação Evangelii Gaudium (A Alegria do Evangelho em português), o primeiro documento do género do pontificado de Francisco Bergoglio, o papa preconiza "uma conversão do papado" e mostra-se "aberto a sugestões" para um exercício do ministério mais conforme com os princípios do Evangelho.

"Devo pensar numa conversão do papado. Cabe-me, como bispo de Roma, estar aberto às sugestões orientadas para o exercício do meu ministério que o torne mais fiel ao significado que Jesus-Cristo entendeu dar-lhe e as necessidades atuais de evangelização", refere o papa.

Retomando uma ideia do Conselho Vaticano II (1962-65), defende uma maior colegialidade da Igreja, com maior autoridade e compromisso doutrinal para as conferências episcopais.

"Creio que não devemos esperar do magistério papal uma palavra definitiva ou completa sobre todas as questões", disse, reafirmando que prefere o risco de uma "Igreja acidentada" a uma "Igreja fechada".

No documento, onde cita os anteriores papas Bento XVI, João Paulo II e Paulo VI, o papa recomenda que se ultrapassem práticas obsoletas e ostentatórias.

O papa fala dos que se sentem superiores aos outros, e denuncia um "elitismo narcisista e autoritário, que em vez de evangelizar, analisa e cataloga os outros e em vez de facilitar o acesso à graça, gasta energia a controlar" esse acesso.

Para o papa, nesta "obscura mundanidade" há em alguns casos "uma visão ostentatória da liturgia, da doutrina e do prestígio da Igreja, sem se preocuparem que o Evangelho tenha uma real inserção no povo fiel de deus".

Assim, prosseguiu o papa argentino, a vida da Igreja "torna-se numa peça de museu e em posse de poucos. Deus nos livre de uma Igreja mundana debaixo de roupagens espirituais ou pastorais", sublinhou.

Segundo Francisco, esta “mundanidade asfixiante” cura-se "tomando gosto ao ar puro do Espírito Santo, que nos liberta de estarmos centrados em nós mesmos, escondidos numa aparência religiosa vazia de Deus".

O papa apelou ainda para que acabem os conflitos e guerras internas na comunidade eclesiástica.

"Quem é que vamos evangelizar com estes comportamentos?" questionou.

Sublinhou ainda a necessidade de aumentar a responsabilidade dos laicos e aconselhou os padres católicos a usarem uma linguagem “positiva e compreensível”, que vá ao encontro das necessidades da comunidade.

Na exortação, Francisco considerou ainda essencial o diálogo com outras religiões e com os não crentes e implorou “humildemente” aos países muçulmanos que assegurem a liberdade religiosa aos cristãos.

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