Hospital Particular de Lisboa tem 2 ME de bens para venda e 12 ME de dívidas
Porto Canal / Agências
Lisboa, 04 jun (Lusa) -- Os bens do Hospital Particular de Lisboa que serão vendidos para pagar as dívidas ascendem a dois milhões de euros, inferiores aos 14 milhões reclamados pelos credores, anunciou fonte do administrador de insolvência desta empresa.
O Hospital Particular de Lisboa (Hopalis) foi declarado insolvente no dia 24 de abril, depois de falhadas as negociações com os credores, que recusaram uma proposta da administração no âmbito do Processo Especial de Revitalização (PER).
Com assembleia de credores marcada para o próximo dia 12, o administrador da insolvência do Hopalis, Francisco Duarte, procedeu ao auto de apreensão de bens propriedade da empresa, cujo relatório seguiu segunda-feira para os credores e o Tribunal do Comércio de Lisboa.
Os bens do Hopalis ascendem a dois milhões de euros, aos quais se somam cerca de 20 mil euros de quotas de uma empresa (Hospitac) de que o Hospital Particular de Lisboa tem quotas.
Foram ainda apurados mais de um milhão de euros de dívidas à Hopalis, por cobrar, adiantou a mesma fonte.
A dissolução da empresa, seguida da venda dos bens apreendidos para posterior repartição pelos credores, é a proposta do administrador da insolvência, cabendo ao Tribunal do Comércio de Lisboa a decisão total.
O fecho deste hospital foi determinado após os credores da instituição terem inviabilizado uma proposta para obter condições para o pagamento das dívidas aos fornecedores e aos trabalhadores, que ascendem a 14 milhões de euros.
A Segurança Social, um dos maiores credores, nem sequer respondeu à proposta, assim como outros credores, entre os quais trabalhadores, que optaram por recusar a oferta, disse à agência Lusa o diretor clínico da instituição, Carlos Amaro Neves.
O fim do Hospital Particular de Lisboa começou a desenhar-se há um ano, quando os clínicos decidiram encerrar o serviço de urgência por considerarem que não existia condições para que funcionasse.
Nos meses seguintes, apenas dois doentes permaneceram internados, a receber cuidados continuados, tendo sido transferidos em outubro de 2012 para outras instituições.
No local continuaram alguns funcionários, principalmente administrativos, que reclamavam salários em atraso.
Em outubro do ano passado, alguns funcionários manifestaram-se frente à instituição a reclamar os seus vencimentos em atraso e a apelar a uma intervenção que evitasse o fim de uma instituição com mais de 40 anos de vida.
Neste momento a instituição está encerrada, tendo sido alvo de pelo menos um assalto, segundo o diretor clínico.
SMM // CC.
Lusa/Fim