Museu de Évora adota nome do fundador, Frei Manuel do Cenáculo, após promoção
Porto Canal com Lusa
Évora, 20 fev (Lusa) -- Museu Frei Manuel do Cenáculo vai passar a ser a designação do espaço museológico de Évora após a sua promoção a Museu Nacional, que está prevista para breve, revelou hoje fonte do gabinete do ministro da Cultura.
A mesma fonte disse à agência Lusa que o museu da cidade alentejana vai adotar o nome do seu fundador e antigo arcebispo de Évora, Frei Manuel do Cenáculo (1724-1815), por decisão do ministro da Cultura, Luís Filipe de Castro Mendes.
A promoção do Museu de Évora a Museu Nacional e a consequente nova designação vão ser concretizadas "em breve", após a próxima reunião do Conselho Nacional de Cultura, que está marcada para quinta-feira, adiantou a fonte.
Contactada pela Lusa, a diretora regional de Cultura do Alentejo, Ana Paula Amendoeira, manifestou-se convencida de que "a intenção do ministro vai ao encontro das aspirações" dos responsáveis da região e da população.
Por outro lado, considerou que se trata de "uma justa homenagem" a Frei Manuel do Cenáculo, por ser uma "figura da cultura do Alentejo e do país que tinha uma visão esclarecida e moderna sobre cultura e património".
O Museu de Évora vai tornar-se o primeiro Museu Nacional a sul do rio Tejo, faltando o parecer do Conselho Nacional de Cultura, que "não é vinculativo".
Com esta classificação, segundo a fonte do gabinete do ministro da Cultura, a eventual transferência da gestão do museu da administração central para a câmara "fica totalmente posta de parte".
A eventual transferência da gestão para a câmara municipal não era vista com "bons olhos" pelo presidente da autarquia e pelo Grupo Pró-Évora, uma associação de defesa do património da cidade.
O Museu de Évora, tutelado pelo Ministério da Cultura, através da Direção Regional de Cultura do Alentejo, está instalado no antigo Paço Episcopal, junto à Sé e ao Templo Romano, no centro histórico da cidade.
Com um acervo constituído por cerca de 20 mil peças de pintura, escultura e arqueologia, o espaço integra também azulejaria, ourivesaria, paramentaria, mobiliário, cerâmica, numismática e naturália (objetos curiosos da natureza).
O núcleo original das coleções permanentes de arqueologia é constituído por um conjunto de antiguidades recolhidas, no sul do país, por Frei Manuel do Cenáculo, nomeado bispo de Beja em 1777 e indigitado arcebispo de Évora em 1802.
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