Cursos com poucos alunos devem fechar como as escolas primárias - secretário de Estado

| Política
Porto Canal / Agências

Bragança, 15 nov (Lusa) -- O secretário de Estado do Ensino Superior comparou hoje os cursos com pouca procura às antigas escolas primárias, defendendo que também devem encerrar por falta de alunos tal como aconteceu com centenas de estabelecimentos do primeiro ciclo.

José Ferreira Gomes falava, em Bragança, no Congresso de Ensino Superior do Interior, que reuniu dez associações académicas de universidades e politécnicos e no qual foi reclamado um tratamento diferente para as instituições das zonas mais deprimidas do país.

O presidente do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), Sobrinho Teixeira, expressou ao governante que "não pode ser usado o mesmo padrão para encerrar um curso com 10, 15 alunos no litoral e no interior".

"Toda a gente aceitará que não terá o mesmo impacto quer para os jovens quer para as populações desses locais quer para dinamização da economia regional e nacional", vincou.

O secretário de Estado reconheceu que "há condições diferentes no Interior do país", mas considerou que é necessário "melhorar a eficiência do Ensino Superior e que cursos com muito poucos alunos não podem manter-se tal como escolas primárias com um aluno ou com meia dúzia de alunos não puderam ser mantidas por muitas razões e até pela qualidade"

"Esses cursos não são bons e são injustos para os estudantes que lá estão, que poderiam em muitos casos ir mais longe na sua natural ambição de jovens e que são limitados por haver condições mais deficientes, não porque as escolas não pudessem oferecer, mas termos de criar um grupo menos competitivo entre si".

O governante concluiu que "é o mesmo problema de uma escola primária".

José Ferreira Gomes desafiou ainda os agentes locais, nomeadamente os autarcas a aproveitarem os fundos do próximo quadro comunitário de apoio para ajudarem à sustentabilidade do Ensino Superior nas suas regiões, nomeadamente através da criação de incentivos à atração de estudantes.

O presidente da Câmara de Mirandela, cidade onde estudam mil dos sete mil alunos do IPB, respondeu que os municípios já cumprem o seu papel e deu como exemplo a autarquia que dirige e que canalizou parte das verbas que lhe couberam dos apoios comunitários para a construção de uma escola superior.

António Branco sublinhou que nesta matéria "quem tem a decisão final é naturalmente o Governo".

A academia vai continuar a promover pelo país debates sobre o Ensino Superior no Interior, estando já agendado para o final do ano letivo um novo congresso, na Universidade da Beira Interior, na Covilhã.

O presidente da Associação Académica do IPB, Ricardo Pinto, adiantou que no próximo congresso serão apresentadas propostas concretas de um grupo de trabalho criado em Bragança para estudar o custo de um estudante e o acesso ao Ensino Superior no Interior.

Para o dia 15 de janeiro está marcado, na Guarda, um encontro entre dirigentes e presidentes de Câmara que têm instituições de Ensino Superior nos seus municípios.

HFI // MSP

Lusa/fim

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